As autoridades de saúde da Região Autónoma da Madeira identificaram 350 doentes com hepatite C, dos quais 285 foram tratados ou encontram-se em tratamento, indicou o secretário regional do setor, Pedro Ramos.
"Inicialmente, o tratamento custava cerca de 50 mil euros por doente. Hoje em dia a indústria farmacêutica dispõe de vários fármacos que permitem um tratamento de 5.000 euros por doente", disse o governante, durante a apresentação, no Funchal, do Projeto de Erradicação da Hepatite C na Madeira.
Os doentes foram identificados em grupos de risco, nomeadamente toxicodependentes, e no Estabelecimento Prisional do Funchal e o seu tratamento avançou logo de seguida.
"Vamos agora passar para uma segunda fase, que é ao nível da população em geral, e aí vamos ter a contribuição dos médicos de família", disse Pedro Ramos, vincando que o projeto será "muito mais fácil de concretizar" no arquipélago do que ao nível nacional, tendo em conta a sua dimensão e o pequeno número de utentes com a doença.
O secretário regional da Saúde disse que em todo o território nacional foram já identificados cerca de 20 mil utentes portadores de hepatite c, uma doença viral, de declaração obrigatória, que leva à inflamação do fígado e pode ser transmitida por via sexual ou através da partilha de seringas e outros materiais infetados.
O Projeto de Erradicação da Hepatite C segue as recomendações da Organização Mundial de Saúde e da Direção-Geral de Saúde, na sequência do manifesto internacional assinado em 2017, em Bruxelas, para o tratamento e eliminação da doença.
C/Lusa