Henri Falcon, um militar reformado e dissidente do chavismo, foi proposto na segunda-feira como candidato pelo Movimento para o Socialismo (MAS) para enfrentar Maduro, que quer renovar o seu mandato até 2025, nas eleições marcadas para 22 de abril.
Falcon, que possui o seu próprio grupo – Vanguarda Progressista, um dos 20 membros da coligação da oposição, a Mesa de Unidade Democrática (MUD) – demarcou-se da decisão desta formação de boicotar as presidenciais.
O MUD admitiu entretanto a possibilidade de participar nas eleições antecipadas – inicialmente previstas para final deste ano – mediante a condição de que haja garantias de transparência durante a votação.
“É essencial participar. Num país onde o regime é rejeitado por 80%, é possível vencer, apesar das armadilhas e obstáculos”, disse à agência noticiosa France-Presse o presidente do MAS, Segundo Melendez.
Henri Falcon, que por diversas vezes expressou a sua convicção de que pode derrotar Maduro, realizou esta segunda-feira os procedimentos para a inscrição junto da Comissão Nacional Eleitoral, que encerra as candidaturas na terça-feira.
Falcon esteve ligado ao movimento que levou o antigo chefe de Estado venezuelano Hugo Chávez ao poder em 1999, mas afastou-se em 2010. Em 2013, coordenou a campanha presidencial do então líder da oposição, Henrique Capriles.
Na segunda-feira, ao receber o apoio do Partido Comunista da Venezuela, Nicolás Maduro exortou a oposição a ignorar o pedido dos Estados Unidos da América para que não apresentem um candidato às presidenciais.
A oposição acusa o Presidente de controlar os poderes eleitorais e judiciários para neutralizar os adversários.
A União Europeia classificou esta segunda-feira de “crítica” a situação na Venezuela e assegurou estar “disposta a reagir” se não houver “garantias de eleições credíveis” e sejam violados os princípios de “inclusão, justiça e transparência”, disse a chefe da diplomacia, Federica Mogherini.
LUSA