“A aeronave era um helicóptero Mi-17 e a profundidade da alegada violação foi de quatro a cinco quilómetros”, disse um porta-voz do Ministério da Defesa à agência francesa AFP.
O incidente ocorreu às 10:40 de Helsínquia (08:40 em Lisboa).
Esta é a segunda vez num mês, e a segunda vez desde o início do ano, que Helsínquia noticiou uma incursão de um avião russo no seu espaço aéreo, de acordo com o Ministério da Defesa, numa altura de tensões sobre a guerra na Ucrânia.
Em 08 de abril, um avião de transporte civil pertencente ao exército russo também entrou brevemente no espaço aéreo finlandês.
Especialistas em defesa tinham admitido a possibilidade de a Rússia tentar intimidar a Finlândia e a Suécia, já que ambos os países estão a considerar aderir à NATO para se protegerem de Moscovo.
Quatro aviões de caça russos violaram o espaço aéreo sueco no início de março, sobre a estratégica ilha de Gotland, no Mar Báltico.
Na sexta-feira à noite, um avião de reconhecimento russo também atravessou a fronteira aérea perto de uma base naval no sul da Suécia.
O Presidente finlandês, Sauli Niinistö, deverá tornar pública a sua posição pessoal sobre a possível candidatura da Finlândia à adesão à NATO em 12 de maio, mas já existe um forte apoio público e parlamentar.
De acordo com os meios de comunicação finlandeses, a decisão do Governo poderá ser conhecida nos próximos dias.
A possibilidade de a Ucrânia aderir à NATO foi uma das razões usadas pela Rússia para justificar a invasão do país vizinho, em 24 de fevereiro.
A Rússia partilha uma fronteira de 1.340 quilómetros de extensão com a Finlândia e uma fronteira marítima com a Suécia.
O Governo de Moscovo tem advertido a Finlândia e a Suécia para as consequências de uma adesão à Aliança Atlântica.
Os dois países “devem compreender as consequências de tal passo para as nossas relações bilaterais e para a arquitetura de segurança europeia como um todo”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, em meados de abril.
Finlândia e Suécia são dois dos seis Estados-membros da União Europeia (UE) que não fazem parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), juntamente com Áustria, Chipre, Irlanda e Malta.
A NATO reúne os restantes 21 países da UE e ainda Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Turquia, Albânia, Montenegro, Macedónia do Norte, Noruega e Islândia, num total de 30 membros.
A ONU confirmou até agora a morte de mais de 3.000 civis na guerra na Ucrânia, que também levou mais de 5,5 milhões de pessoas a fugir do país.
Lusa