Guterres "condena veementemente o hediondo ataque de 05 de junho à Igreja Católica de São Francisco em Owo, estado de Ondo, que deixou dezenas de civis mortos e feridos, enquanto as pessoas se reuniam para a cerimónia de Pentecostes", disse um dos seus porta-vozes, através de uma declaração emitida após os ataques.
"Os ataques aos locais de culto são desprezíveis", acrescentou, instando as autoridades nigerianas a fazer todo o possível para levar à justiça os responsáveis pelas mortes.
A polícia disse que os pistoleiros, "alguns disfarçados de fiéis" e carregando explosivos, atacaram os católicos na igreja de Owo, no final da manhã de domingo.
Dois dias após o assassinato, o país mais populoso de África ainda está em choque, à medida que os testemunhos dos sobreviventes começam a chegar.
Um padre e uma testemunha falaram à agência AFP sobre o ataque a que sobreviveram.
O padre Andrew Abayomi, que estava a celebrar a missa quando os atacantes invadiram a igreja, disse que ele e outras pessoas, incluindo crianças, se esconderam na sacristia durante cerca de 20 minutos, antes de saírem para encontrar a carnificina.
"Vi pessoas sem vida", incluindo uma "mulher que tinha sido baleada", disse, acrescentando que também viu restos humanos "despedaçados" por "dinamite".
Cerca de 40 pessoas feridas estão atualmente a ser tratadas em vários centros médicos da cidade.
Na sua cama de hospital, com a cara e o tronco escondidos por ligaduras, Bade Salawu contou que os fiéis "ouviram primeiro o som muito alto de uma arma", antes de descreverem o "caos" que se seguiu.
Os atacantes "não vieram para roubar (…) ou raptar ninguém, o seu objetivo era apenas matar e destruir", insistiu.
A Nigéria é flagelada por uma insurreição no nordeste e por bandos criminosos nas regiões noroeste e central. O sudoeste, onde o ataque ocorreu, costuma estar relativamente livre de violência.