O Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) promoveu hoje, no Funchal, uma manifestação contra o diretor do Estabelecimento Prisional da Região Autónoma da Madeira, acusando-o de "abuso de poder e de autoridade".
"Se não for possível a mudança do diretor, que seja possível a mudança do seu comportamento, por forma a não prejudicar tanto os trabalhadores do Corpo da Guarda Prisional, que têm dignidade e que têm de ser respeitados", afirmou o presidente do SNCGP, Jorge Alves.
A manifestação decorreu em frente ao Palácio de São Lourenço – a residência oficial do Representante da República para a Madeira – e juntou cerca de duas dezenas de guardas prisionais, que empunharam tarjas com inscrições como "Procura-se pessoa competente para cargo importante" e outras relativas a reivindicações salariais.
O Estabelecimento Prisional do Funchal conta com 143 guardas, dos quais 120 são associados do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional.
"O protesto divide-se em duas partes", disse Jorge Alves, explicando que uma das partes diz respeito ao "comportamento, atitude e forma" do diretor do Estabelecimento Prisional na gestão do pessoal e a outra relaciona-se com as deficientes condições físicas do espaço e dos meios ao dispor dos guardas prisionais.
O presidente do SNCGP vincou que "a maior parte do sistema de vídeo vigilância na cadeia não funciona" e, por outro lado, alertou para o facto de o diretor do Estabelecimento Prisional do Funchal ser um "caso único" no país, pois desempenha funções desde que este abriu, em 1994.
"O reflexo disso é a atitude que tem com o pessoal, a forma despótica e muito radical", disse, sublinhando que "mais parece que são os guardas prisionais aqueles que estão a cumprir pena de prisão".
O sindicato queixa-se também de que muitos profissionais estão a ser prejudicados ao nível das classificações e, por isso, remeteu pedidos de intervenção à Inspeção Geral de Serviços de Justiça.
A agência Lusa tentou o contacto com o diretor do Estabelecimento Prisional do Funchal, para comentar o protesto, mas até ao momento não obteve resposta.
LUSA