“Chegou a hora! Rua sem retorno”, titulava hoje uma entrada na rede social digital Twitter do Centro de Comunicação Nacional, um organismo criado pelo Parlamento venezuelano, controlado pela oposição ao Presidente eleito, Nicolas Maduro.
O apelo tem-se multiplicado nas redes sociais e foi igualmente repetido de viva voz por Juan Guaidó, no meio de uma manifestação de apoiantes, num bairro de Caracas, a capital venezuelana que hoje acordou com aquilo a que o governo de Nicolas Maduro já reconheceu como sendo uma tentativa de golpe de Estado.
“Chamem a todos e digam para virem aqui”, gritou Juan Guaidó, em cima de um carro, perante um grupo de vários milhares de apoiantes e acompanhado por Leopoldo López, o dirigente opositor que hoje foi libertado de uma prisão decretada pelo regime de Maduro, para hoje se juntar à oposição.
Juan Guaidó tem estado acompanhado de militares que se lhe juntaram, permitindo-lhe na manhã de hoje dizer que, finalmente, tem as Forças Armadas do seu lado.
Poucas horas depois, Nicolas Maduro reagiu dizendo que as Forças Armadas continuam do seu lado.
“Nervos de Aço! Conversei com os comandantes de todas as Redi [Rede de Defesa Integral] e Zodi [Zona de Defesa Integral] do país que me manifestaram a total lealdade ao Povo, à Constituição e à Pátria”, afirmou Maduro na sua conta na rede social Twitter.
Nícolas Maduro apelou ainda à “máxima mobilização popular para assegurar a vitória da paz”.
Do outro lado da barricada, Juan Guaidó rejeita esta leitura de normalidade do Presidente eleito e tenta congregar o apoio popular ao apoio militar.
“Hoje estamos aqui e vamos ficar aqui pedindo a estes soldados para se juntarem a esta luta legítima de todo o povo da Venezuela”, impelindo-os a seguirem para o palácio presidencial, em Miraflores, onde os apoiantes de Maduro estão concentrados.
C/ LUSA