Contactado pela agência Lusa, o regulador nacional da aviação explicou tratar-se de "uma reunião conjunta" deste grupo de trabalho composto pela ANA — Aeroportos (gestora dos aeroportos nacionais), NAV – Navegação Aérea de Portugal (responsável pela gestão do tráfego aéreo), Instituto Português do Mar e da Atmosfera, Laboratório Nacional de Engenharia Civil e Associação dos Pilotos Portugueses de Linha Aérea.
Antes desta primeira reunião conjunta deste grupo de trabalho, agendada para a manhã de quinta-feira, na sede da ANAC, o regulador sublinha que já reuniu, separadamente, com algumas destas entidades, acrescentando que será agendada, posteriormente, uma reunião com os fabricantes de aeronaves.
A ANAC já tinha assumido em abril deste ano à Lusa que fazia parte do seu Plano de Atividades para 2017 o lançamento de estudos relativos aos limites de vento em vigor no Aeroporto da Madeira, os quais deveriam "recolher contributos de várias entidades".
A ANA — Aeroportos de Portugal explicou, também em abril último, que o Aeroporto da Madeira, relativamente a ventos, tem publicados procedimentos especiais e limitações operacionais que resultam de estudos levados a cabo com base em pressupostos e equipamentos que, na altura, foram considerados como mais adequados.
"Tendo decorridos já alguns anos desde a última revisitação deste assunto, a ANA considera oportuno que o mesmo volte a ser revisitado, facto que a empresa já fez saber junto do regulador, tendo, para tal, proposto a realização de uma reunião com a ANAC", indicou a ANA, na ocasião, em resposta escrita enviada à Lusa.
A ANA acrescentou que as razões desta proposta "assentam no conhecimento entretanto adquirido, designadamente no histórico de dados entretanto recolhidos e na experiência do pessoal envolvido (tripulações, controladores, operações), e pela importância e pertinência de que este assunto se vem revestindo para a regularidade da operação no Aeroporto da Madeira".
Na segunda-feira, o secretário regional da Economia, Turismo e Cultura da Madeira, Eduardo Jesus, deslocou-se ao aeroporto da Madeira — Cristiano Ronaldo, para avaliar a situação dos passageiros retidos devido ao problema do vento forte que se fez sentir desde sexta-feira e provocou o cancelamento de mais de 100 voos e afetou cerca de 15 mil pessoas.
Nesse dia, o governante madeirense admitiu que o executivo madeirense já despoletou o processo para rever o limite da velocidade do vento na zona do aeroporto, que está estabelecido desde 1976, destacando que as condições da infraestrutura e as capacidades das aeronaves são hoje completamente diferentes.
Contudo, realçou que nos últimos dias o vento era muito forte, com rajadas de 80 quilómetros/hora, o que impedia mesmo a operacionalidade.
LUSA