"Segundos dados que recolhemos até agora, existem serviços que, de facto, aderiram bem à greve, nomeadamente a farmácia e algumas consultas externas, mas o que mais nos preocupa é contrainformação, em que os chefes dos serviços não permitem que os funcionários façam a greve", afirmou o dirigente sindical João Gomes.
O Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Socais do Sul e Regiões Autónomas justifica desde modo a fraca adesão à greve na região autónoma, vincando que os serviços desencadearam uma "campanha de contrainformação" e de "pressões" sobre os funcionários.
O sindicalista João Gomes sublinhou, em declarações à agência Lusa no Hospital Central do Funchal, que vários funcionários foram "ameaçados" com processos disciplinares caso participassem na greve e considerou que a administração do Serviço de Saúde da Madeira (SESARAM) não está empenhada nem melhorar as condições dos trabalhadores.
O SESARAM remeteu, por seu lado, a divulgação de comentários e dados estatísticos sobre a greve para mais tarde, vincando, no entanto, que os serviços estão a funcionar normalmente.
Os trabalhadores da saúde estão em greve por um período de 24 horas desde quinta-feira à noite, sendo que a paralisação foi convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais.
As principais reivindicações prendem-se com a aplicação do horário de trabalho de 35 horas semanais, a progressão de carreira, a dignificação das carreiras da área da saúde, o reforço de recursos humanos, o pagamento de horas de trabalho extraordinário, e a aplicação do subsistema de saúde ADSE (para funcionários públicos) a todos os trabalhadores.
No pré-aviso de greve estão abrangidos os trabalhadores, exceto médicos e enfermeiros, que trabalham nos serviços tutelados pelo Ministério da Saúde, como os hospitais, que "sentem forte indignação pela degradação crescente das suas condições de trabalho".
"Ainda não temos dados percentuais sobre a adesão à greve na Madeira, mas vamos ter em conta que não será expressiva devido à pressão exercida sobre os funcionários", disse João Gomes, realçando, uma vez mais, a "contrainformação" e a "pressão" exercida sobre os funcionários.
"Isto não pode acontecer, uma vez que a greve e o direito à greve são legais e foi emitido um pré-aviso em que o Governo Regional da Madeira, as administrações de todos os centros hospitalares e todas as instituições relacionadas com a saúde receberam a informação", sublinhou.
LUSA