A greve de cinco dias dos enfermeiros, que teve início às 00:00 de hoje, está a ter uma adesão entre os 83% e os 96%, disse à Lusa o dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos de Enfermeiros (FENSE).
O protesto dos enfermeiros associados da Federação Nacional dos Sindicatos de Enfermeiros (FENSE), que integra o Sindicato Independente Profissionais de Enfermagem (SIPE) e o Sindicato dos Enfermeiros (SE), visa protestar contra o impasse na negociação do acordo coletivo de trabalho, que começou há um ano.
Em declarações à agência Lusa, o dirigente da FENSE, José Correia Azevedo, adiantou que a adesão à greve dos enfermeiros “está a ultrapassar as expetativas” e espelha “o descontentamento muito grande” dos profissionais de saúde.
Segundo os dados avançados por José Correia Azevedo, a adesão à greve no Hospital São João, no Porto, foi de 96%, e no Centro Hospitalar Lisboa Central, que integra os hospitais S. José. D. Estefânia e Santo António dos Capuchos foi de 93%.
No Hospital Nélio Mendonça, na Madeira, 92% e no Hospital Divino Espírito Santos, nos Açores, de 83%.
José Correia Azevedo adiantou que os impactos nas consultas e nas cirurgias programadas vão começar “agora de manhã”.
Os enfermeiros exigem que a conclusão da negociação do Acordo Coletivo de Trabalho entregue pelos sindicatos a 16 de agosto de 2016 e pretendem que seja criada uma carreira especial de enfermagem, que integre a categoria de enfermeiro especialista.
Reclamam também o descongelamento da carreira, lembrando que o Estado deve aos Enfermeiros 13 anos, 7 meses e 25 dias nas progressões, e a revisão das tabelas remuneratórias.
“Mesmo que não tenham dinheiro para a pagar atualmente, os sindicatos já propuseram o pagamento em três prestações anuais”, disse José Correia de Azevedo.
Os sindicatos garantem que os serviços mínimos serão respeitados.
LUSA