O Governo Regional da Madeira, através da empresa Investimentos Habitacionais (IHM), está atualmente a trabalhar com três instituições bancárias para suprir a necessidade de realojamentos, ainda pendentes, devido ao incêndio que danificou 233 habitações.
"Essa, claramente, é a primeira e a grande dificuldade que ainda temos neste momento", reconheceu a presidente do Conselho de Administração da IHM, Nivalda Gonçalves, referindo-se às necessidades de realojamento.
"Neste momento estamos a trabalhar diretamente com três bancos para suprir as necessidades de casas e estamos a conseguir algumas, apesar de não serem as ideais", afirmou, recordando que, no início do incêndio, chegou mesmo "a estabelecer contactos com todas as instituições bancárias a operarem na região", para encontrar imóveis.
Um mês após os incêndios que fustigaram a Madeira (13 e 14 de agosto), o executivo insular já realojou, provisoriamente, 93 famílias que perderam a casa, de um total de 233 habitações danificadas pelas chamas.
Esta responsável salientou que encontrar, no mercado regional, uma casa "já é um processo moroso para qualquer pessoa mas, arranjar tantas casas em simultâneo, ainda é pior devido à dificuldade dos senhorios em disponibilizar os locais".
Nivalda Gonçalves afirmou que nas últimas semanas "têm vindo a aparecer mais alguns imóveis", mas continua a ser uma grande dificuldade, agravada "pelas tipologias de apartamentos que não respondem às necessidades".
Relatou que todas as pessoas que estavam em centros de acolhimento já foram retiradas e que o atual processo de realojamento passa por realocar as "famílias que estavam em casas de família ou de amigos, em apartamentos e em casas que se têm conseguido no mercado de arrendamento".
Estes realojamentos não têm um prazo definido para acabar, durando "enquanto as famílias precisarem e enquanto não puderem regressar à casa de origem", afirmou.
A IHM, através de uma resolução do Conselho de Governo Regional, "isentou, nos primeiros dois meses, o pagamento da renda aos realojados e assumiu a despesa de água luz e gás", situação que se manterá enquanto tal for necessário.
Dos 157 milhões de euros de prejuízo, o executivo regional calcula que serão necessários 17 milhões para a requalificação urbanística e cerca de 50 milhões para a recuperação de infraestruturas e equipamentos públicos, incluindo a limpeza das escarpas e taludes sobranceiros às estradas.