O presidente do Governo da Madeira anunciou que o executivo insular vai analisar hoje a possibilidade de recorrer a um fundo de 187 mil euros para apoiar a reconstrução de habitações afetadas pelos incêndios que lavram na região.
"Vamos já deliberar hoje. Há um fundo para apoiarmos a reconstrução de cerca de 187 mil euros, se não estou em erro", disse Miguel Albuquerque aos jornalistas, numa conferência de imprensa improvisada, no terraço de uma habitação na freguesia do Monte, uma das zonas mais afetadas pelos incêndios que deflagraram na segunda-feira na ilha da Madeira.
O responsável admitiu "não existirem muitas casas de momento disponíveis" para entregar a pessoas que tenham as suas residências danificadas pelo fogo e a secretária regional que tutela a Proteção Civil, Rubina Leal, acrescentou que os técnicos da Investimentos Habitacionais da Madeira "já está a fazer um levantamento".
O chefe do executivo madeirense reafirmou que estão elementos de oito corporações de bombeiros da Madeira a "atacar os fogos do Funchal".
Rejeitando críticas "recorrente" sobre as operações de combate, Miguel Albuquerque sublinhou que as chamas "são em muitas frentes e, obviamente, não é possível ter um bombeiro em cada residência".
"A Proteção Civil neste momento acha que é suficiente aplicarmos os planos como temos aplicado. O que nós fizemos foi aplicar o plano e tanto aplicámos que, neste momento, a situação está relativamente bem controlada e não tivemos nem vítimas mortais, felizmente, nem situações muito graves de fogo em residências", declarou.
Miguel Albuquerque mencionou que "bastantes" pessoas, incluindo alguns bombeiros, deram entrada no hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal, por problemas relacionados com inalação de fumo.
Mais de 200 pessoas foram retiradas das suas habitações e deslocadas para o quartel do Funchal, o mesmo acontecendo com os doentes do Hospital dos Marmeleiros.
"O próximo desafio é, nas próximas horas, evitar o reacendimento dos fogos junto das habitações e preservar as zonas urbanas", reforçou.
Miguel Albuquerque indicou que o plano de contingência que foi acionado "tem alguns requisitos de prevenção", mas não está em causa "um estado de calamidade".
"Temos de ter calma. As coisas vão correr bem", declarou.
Por seu turno, o diretor do Observatório Meteorológico do Funchal, Vítor Prior, referiu que uma situação com estas características (altas temperaturas e vento forte de leste), "tão prolongada", com a duração de cinco ou seis dias, apenas se registou na ilha em agosto de 1976.
O responsável mencionou que a Madeira registou agora uma temperatura média de 29,6 graus centígrados, "tendo o valor mais alto registado numa situação semelhante, em 1976, sido de 25,5 graus".
Sobre as previsões, Vítor Prior adiantou que "o dia será quente", com temperaturas máximas a chegar aos 35/37 graus.
"O vento vai manter a intensidade forte até ao início da tarde", altura em que ocorrerá uma baixa, mas vai voltar a soprar com alguma intensidade até ao início da noite, referiu.
Na quarta-feira deverá ocorrer uma "baixa significativa" da temperatura máxima, para os 27/28 graus, sendo a mínima na ordem dos 22/23.
As chamas deflagaram nas zonas altas do Funchal, em São Roque, pelas 15:30 de segunda-feira, tendo entretanto afetado outras zonas.