"O Corpo de Vigilantes da Natureza tem feito um trabalho extraordinário e muito importante naquilo que é a preservação, em nome das futuras gerações, deste património único, singular e que nos distingue de outras geografias", disse Miguel Albuquerque, na cerimónia evocativa do Dia do Vigilante da Natureza, que decorreu na Reitoria da Universidade da Madeira (UMA), no Colégio dos Jesuítas, no Funchal.
O presidente do Governo Regional disse ainda que o seu executivo irá assumir, até ao final do mandato, os compromissos assumidos com os vigilantes da natureza, designadamente na criação de melhores condições de trabalho e do respetivo estatuto profissional.
O Corpo de Vigilantes da Natureza foi criado pela região em 1993 e é um serviço auxiliar de polícia tutelado pela Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais, composto por 36 elementos.
O organismo assegura uma vigilância em permanência (365 dias/ano) nas Reservas Naturais das Ilhas Desertas e Ilhas Selvagens, e ainda vigilância diária nas áreas protegidas da ilha da Madeira e do Porto Santo.
Da sua atividade destaca-se o trabalho nas ilhas Selvagens e em todo o maciço montanhoso (de onde se destaca a floresta Laurissilva, Património Mundial Natural da UNESCO), incluindo o contributo para a conservação da freira-da-madeira, ave marinha endémica da ilha da Madeira.
A espécie é uma das aves marinhas mais raras do mundo e chegou a ser considerada extinta nos finais da década de 1960.
Além da fiscalização, vigilância e apoio direto a trabalhos de conservação, o Corpo de Vigilantes da Natureza atua ao nível da sensibilização da população para as boas práticas ambientais, da recolha e do encaminhamento de animais selvagens, especialmente aves marinhas e rapinas, e do apoio em emergências às comunidades locais.
Segundo uma nota do executivo, entre agosto de 2017 e dezembro de 2018, o Governo Regional investiu cerca de 141 mil euros na aquisição de uma embarcação semirrígida de deslocação rápida, botes pneumáticos e motores fora de borda, novos uniformes, equipamentos de comunicação (oito estações de comunicação SIRESP, 14 radiotelefones VHF de comunicação marítima e dois telefones satélite, dos quais um colocado nas ilhas Selvagens e outro nas ilhas Desertas) e equipamentos informáticos, como computador e tablets com cartões 4G.
Foram ainda realizadas, em 2018, várias ações de formação, sobre vida selvagem, segurança no trabalho, socorrismo e comunicações em emergência, entre outros temas.
C/LUSA