“O SIRESP enquanto sistema não falhou em 2022”, precisou Patrícia Gaspar, no parlamento durante uma interpelação ao Governo requerida pela Chega sobre “as sucessivas falhas no combate aos incêndios”.
As falhas do Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) durante o combate aos incêndios deste ano foram levantadas por todos os partidos políticos.
Em resposta, a secretária de Estado afirmou que em 2017 foram detetadas “falhas sérias no sistema de comunicações”, tendo o Governo encetado “um processo de amadurecimento e modernização do sistema SIRESP”, nomadamente no que diz respeito à implementação de uma rede suplementar satélite, redução do sistema de energia, robustecimento das estações base e aumento das estações móveis.
“Foram precisamente estas medidas tomadas após 2017 que permitiram que em 2022, apesar dos dois momentos de ‘stress’ que tivemos, designadamente na Serra da Estrela e nos incêndios de Santarém de Leiria, que os momentos de maior congestionamento provocassem ligeiros picos de atraso na ordem dos segundos, mas que nunca puseram em causa o funcionamento do sistema, nem a existência de comunicações seguras”, frisou.
A secretária de Estado disse que estes dados constam de um relatório do própria SIRESP SA que analisou “ao detalhe” estas ocorrências.
O Chega e o Bloco de Esquerda questionaram também Patrícia Gaspar sobre as declarações que fez em agosto, quando afirmou que, face à "severidade meteorológica", os "algoritmos e dados dizem que a área ardida" deveria "ser 30% superior"
“Não é expectável que alguém possa genuinamente pensar que alguém que dedicou 22 anos da sua vida profissional à proteção civil, que andou várias horas, vários dias ao lado dos bombeiros, se possa sequer congratular ou regozijar-se com um hectare de área ardida que seja. Isto é apenas uma má interpretação daquilo que foi dito”, disse a governante.
A secretária de Estado disse aos deputados que “o poder político não interfere no acionamento dos meios” para os incêndios.