“O Governo português tem políticas implementadas nesse domínio, mas (…) sentimos que é preciso reforçá-las, porque há aqui situações de grande vulnerabilidade social e económica e, portanto, situações de pobreza que é preciso enfrentar”, disse.
Gabriel Bastos falava à agência Lusa, em Caracas, no âmbito de uma visita de sete dias à Venezuela, em que acompanhou o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo, e contactou com portugueses, em Caracas, Maracay, Valência, Los Teques e Tejerías.
“Há aqui outro tipo de situações e desafios de médio longo prazo que têm a ver com o envelhecimento também das nossas comunidades e (…) a institucionalização em lares, e algumas dessas pessoas estão sem meios que permitam depois custear essa presença e essa residência em lares de terceira idade”, disse.
A visita, disse, teve como propósito “conhecer melhor as respostas que o movimento associativo e a comunidade em geral, portuguesa” local “tem tentado construir numa base de solidariedade para responder aos mais vulneráveis, àqueles que se encontram numa situação económica e social grave e alguns deles até em situação de sem-abrigo, que lhes permita dar um apoio e uma ajuda”.
Gabriel Bastos disse ainda que “há uma conjugação de esforços, um trabalho em rede que é preciso fazer”, mas que fica “muito otimista e bastante esperançoso, também no futuro” por “perceber que há uma coesão bastante forte” na comunidade luso-venezuelana.
“E creio que também a criação e institucionalização (recente) de um Conselho Social em que se sentam à mesa as várias partes interessadas e intervenientes (…) é um aspeto que me deixa muito esperançoso de que possamos reforçar estas respostas”, disse.
Gabriel Bastos frisou ainda que “só o trabalho em equipa com uma parceria entre todos, e naturalmente com as responsabilidades que o Governo português assume” e poderá “obter resultados positivos e que cheguem as pessoas”.
O secretário de Estado da Segurança Social explicou ainda que a sua visita à Venezuela tem sido de “cumprimento de uma agenda muito intensa de contactos no terreno com o movimento do associativo, com representantes da rede médica” portuguesa e diplomatas, um “conjunto vasto de contactos” para analisar as principais questões e desafios que se colocam.
“Sabemos que este país, ao longo dos últimos anos, tem vivido um problema de instabilidade económica com reflexos obviamente sociais na nossa comunidade, e o importante é, enquanto representantes do Governo português, podermos conhecer olhos nos olhos algumas dessas questões que nos permitam depois, em Lisboa, (…) construir políticas públicas para as nossas comunidades em concreto aqui na Venezuela, que permitam responder a algumas dessas necessidades e enfrentar alguns desses desafios”, disse.