Estas ajudas destinam-se a combater os “efeitos desastrosos da invasão russa na segurança alimentar da Ucrânia” e foram oferecidas por empresas francesas especializadas na produção e distribuição de sementes, indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês em comunicado.
As sementes hortícolas recentemente enviadas para o país em guerra (beterraba, cenoura, couve, tomate, etc.) permitirão o cultivo de mais de 9.500 hectares de terrenos agrícolas e hortas e a colheita de até 260.000 toneladas de produtos alimentares, acrescentou o ministério.
“A França está a fazer todos os esforços para apoiar a Ucrânia e permitir-lhe continuar o semeio e as colheitas para garantir a segurança alimentar do país e dos seus clientes”, segundo o comunicado.
A guerra iniciada pelos russos na Ucrânia está a ter graves consequências para a agricultura do país e a privar também o mundo de cereais e fertilizantes, a fazer subir os preços e a ameaçar de fome milhões de pessoas em todo o planeta.
O Presidente da República francês, Emmanuel Macron, disse na quinta-feira que a França está a ajudar a Roménia a escoar grandes quantidades de cereais retidas na Ucrânia, na ausência de um acordo que torne possível a sua saída pelo mar Negro, devido ao bloqueio russo.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 15 milhões de pessoas de suas casas – mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A ONU confirmou que 4.509 civis morreram e 5.585 ficaram feridos na guerra, que hoje entrou no seu 114.º dia, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.