Agora, a HAS, o órgão em que se baseiam as decisões do Governo, emitiu um parecer em que justifica alargar a utilização da vacina da AstraZeneca "às pessoas com mais de 65 anos", destacando que o estudo escocês mostra que a vacina reduz o risco de hospitalização "de forma significativa" em todos os grupos etários.
Com base nesse parecer, o ministro da Saúde, Olivier Véran, já havia avançado na segunda-feira que a vacina da AstraZeneca será também usada no grupo de entre 65 e 75 anos.
Os maiores de 75 anos serão inoculados com as vacinas da Pfizer e da Moderna.
Segundo o estudo realizado na Escócia, o programa de vacinação contra a covid-19 reduziu "substancialmente", até 94%, as hospitalizações quatro semanas após a primeira dose.
O estudo, que ainda não foi verificado de forma independente, foi realizado por cientistas das universidades de Edimburgo, Strathclyde, Aberdeen, Glasgow e St. Andrews e da direção geral de saúde pública, Public Health Scotland (PHS), que se concentrou em pessoas que receberam as vacinas desenvolvidas pela Pfizer e AstraZeneca.
Os cientistas olharam para os números das hospitalizações na Escócia entre aqueles que receberam uma primeira dose e compararam os dados com aqueles que ainda não receberam a injeção.
Assim, descobriram quatro semanas após a dose inicial, foi registada uma redução do risco de hospitalizações por coronavírus em até 85% com a vacina da Pfizer e 94% com a vacina da AstraZeneca.
Para os maiores de 80 anos, um dos grupos prioritários no plano de imunização, houve uma redução geral de 81% nas hospitalizações.
Além de França, vários países, incluindo Portugal, recomendaram que a vacina da AstraZeneca não fosse administrada a pessoas com mais de 65 anos, por haver dúvidas sobre a eficácia nesse grupo etário.