O agente Tou Thao – que já tinha sido condenado em tribunal federal por violar os direitos civis de Floyd – foi o último dos quatro ex-polícias que enfrentaram julgamento em tribunal estadual pelo assassínio de Floyd, em Minneapolis, em 25 de maio de 2020.
Thao rejeitou um acordo de confissão e, em vez de ir a julgamento, deixou o juiz do condado de Hennepin, Peter Cahill, decidir o veredito com base em registos escritos e nas provas apresentadas em casos anteriores.
O agente acabou por ser condenado por auxílio a homicídio agravado, na noite de segunda-feira, numa sentença de 177 páginas.
Em janeiro, os procuradores argumentaram que Thao “agiu sem coragem e não demonstrou compaixão” apesar dos seus quase nove anos de experiência.
George Floyd era um afro-americano que morreu em 25 de maio de 2020, depois de o agente Derek Chauvin o ter retido no chão com o joelho, ao longo de nove minutos e meio.
O vídeo de um espetador que capturou os gritos de Floyd, dizendo que não conseguia respirar, tornou-se viral nas redes sociais e espoletou uma vaga de manifestações contra o racismo e contra a violência policial em várias cidades de todo o mundo.
Ao contrário dos outros três ex-agentes policiais, Thao afirmou que não cometeu nenhum erro e muito menos cometeu um crime.
Na altura em que rejeitou um acordo judicial no tribunal estadual, em agosto passado, Thao argumentou que, se se declarasse culpado, estaria a mentir.
Contudo, os procuradores consideraram que Thao sabia que os seus colegas estavam a lidar com Floyd de forma “extremamente perigosa”, que poderia deixar o afro-americano sem conseguir respirar, já que a vítima estava a pedir ajuda.
O advogado de defesa Robert Paule argumentou que a Justiça não conseguiu provar, sem sombra de dúvida, que Thao sabia que Chauvin estava a cometer um crime ou que Thao pretendia ajudar no crime, mas esse não foi o entendimento do tribunal.
O juiz irá revelar a sentença numa sessão marcada para 7 de agosto.