O Governo Regional da Madeira diz que se fez “justiça a um grande madeirense” com a nomeação do padre madeirense José Tolentino Mendonça para desempenhar o cargo de arquivista e bibliotecário do Vaticano.

“Hoje, fez-se justiça a um grande madeirense”, lê-se numa nota divulgada pela presidência do executivo insular.

No mesmo documento, o gabinete de Miguel Albuquerque manifesta “o seu maior regozijo e o seu grande orgulho pela nomeação, hoje, pelo papa Francisco, do padre madeirense José Tolentino Mendonça para o cargo de arquivista e bibliotecário ‘da Santa Igreja Romana’".

Acrescenta que esta é uma “missão para o qual lhe foi atribuída a ‘dignidade’ de arcebispo”.

José Tolentino Mendonça, vice-reitor da Universidade Católica e diretor da Faculdade de Teologia, foi indigitado arquivista e bibliotecário do Vaticano, passando a tutelar a mais antiga biblioteca do mundo, foi hoje anunciado.

O sacerdote português, autor e poeta será elevado a arcebispo, recebendo simbolicamente a antiga sede episcopal de Suava, no norte de África, e vai substituir Jean-Louis Bruguès, que assumiu o cargo em 2012.

Em fevereiro, o papa Francisco fez, em Arricia, a cerca de 30 quilómetros de Roma, um retiro espiritual de alguns dias sob a direção do padre e teólogo português, em torno do tema "O elogio da sede".

O Governo Regional considera que esta é “uma nomeação que não pode deixar de ser releva” pelo executivo insular, que “se associa ao sentimento generalizado dos madeirenses, que se habituaram, há muito, a reconhecer a superior capacidade intelectual do padre, poeta e humanista”.

O até aqui vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa vai ser empossado a 1 de setembro.

O sacerdote, poeta e teólogo madeirense “vai ser agora responsável pela Biblioteca do Vaticano, onde se integram os famosos arquivos secretos da Igreja”, sendo o “primeiro português a receber a honraria”.

José Tolentino Mendonça é natural do concelho de Machico, na zona leste da Madeira, tem 53 anos, tendo sido ordenado em 1990 e doutorado em Teologia Bíblica.

O sacerdote é um “confesso admirador do poeta (também madeirense) Herberto Hélder” e é especialista em Estudos Bíblicos, refere a mesma nota da presidência do Governo da Madeira.

Também “tem-se afirmado enquanto escritor e figura de renome da cultura madeirense” e colaborador da Revista do Expresso, onde assina semanalmente a crónica “Que coisa são as nuvens”.

No mesmo documento, o gabinete de Miguel Albuquerque realça que o currículo de José Tolentino Nóbrega “dá uma ideia da grandeza intelectual e capacidade de investigação do sacerdote madeirense”.

LUSA