Algumas farmácias optaram por assinalar, no chão, a distância a respeitar durante o atendimento.
"Temos de ter uma corrente de bom senso e estar todos juntos nesta luta. Onde não existir postigo por favor cumpram as regras", disse Ana Paula Martins em declarações à agência Lusa.
A bastonária relatou que existem já situações de colegas exaustos face à ansiedade e ao nervosismo das pessoas, devido à propagação do novo coronavírus, que provoca a doença Covid-19.
"Os portugueses têm de colaborar e onde não há postigo por favor cumpram as regras, não se zanguem, nem tratem mal os profissionais", disse frisando a necessidade de todos contribuírem para que as farmácias possam continuar a funcionar.
As farmácias únicas nas localidades sem cobertura farmacêutica a um raio de dois quilómetros devem garantir o atendimento ao público por postigo ou sem entrada de utentes nas instalações por causa do surto de Covid-19.
De acordo com as orientações enviadas pelo Infarmed às farmácias e à Ordem dos Farmacêuticos no sábado, para garantir o serviço farmacêutico à comunidade, nestas situações os profissionais devem sempre usar equipamento de proteção individual.
O Infarmed diz ainda que as farmácias, quando necessário e para evitar o acumular de pessoas junto à zona de atendimento ao público, podem pedir aos utentes que tirem senha e aguardem no exterior.
A bastonária adiantou que muitas farmácias, especialmente as mais pequenas, já optaram pelo atendimento através dos postigos por considerarem mais seguro e que muitas outras estão também a proceder à instalação de acrílicos.
Ana Paula Martins apelou para cuidados redobrados com os idosos, para que estes não sejam expostos em deslocações às farmácias, enviando alguém jovem em seu lugar, e que façam os pedidos de uma só vez evitando várias deslocações.
As normas do Infarmed definiram também que a entrega de encomendas deve ser feita sem entrada do funcionário do armazenista nas instalações da farmácia e deverão ser desinfetadas no exterior as caixas e medicamentos e produtos de saúde, antes de entrarem nas instalações.
Para assegurar a cobertura farmacêutica, nomeadamente nas localidades onde existam farmácias encerradas, poderá ser feita entrega de medicamentos ao domicílio por farmácias dessa localidade ou das limítrofes e o funcionário responsável por essa tarefa deve evitar o contacto com o utente e seus objetos pessoais.
Caso o diretor técnico ou farmacêutico não possa garantir as funções de direção técnica, o cargo pode ser ocupado por farmacêutico não pertencente ao quadro dessa farmácia.
Se não for possível garantir o funcionamento da farmácia, isso deverá ser comunicado ao Infarmed, para que seja encontrada uma forma de assegurar a cobertura farmacêutica da zona afetada.
O novo coronavírus já infetou desde dezembro cerca de 168 mil e o número de mortes subiu para mais de 6.501.
A AFP refere que, no total, foram registadas em 142 países e territórios mais de 168.250 contaminações.
A Direção-Geral da Saúde elevou hoje para 331 o número de infetados pelo novo coronavírus, mais 86 do que os contabilizados no domingo, dos quais 192 estão a recuperar em casa e 139 estão internados, 18 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos
Segundo a DGS, há três casos recuperados.
O Governo declarou na sexta-feira o estado de alerta no país, colocando os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão, e suspendeu as atividades letivas presenciais em todas as escolas a partir de segunda-feira, impondo restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras.
Os governos regionais da Madeira e dos Açores decidiram impor um período de quarentena a todos os passageiros que aterrarem nos arquipélagos, enquanto o Governo da República desaconselhou as deslocações às ilhas.
Já tinham sido tomadas outras medidas em Portugal para conter a pandemia, como a suspensão das ligações aéreas com a Itália, o país da Europa mais afetado.
C/Lusa