"O vice-chefe da administração militar e civil da região de Kherson, encarregado de questões agrícolas, Alexei Kovalev, morreu após ser ferido a tiro", anunciou o Comité de Investigação da Rússia na rede social Telegram.
"O ataque ocorreu na sua casa, em 28 de agosto. Uma jovem que morava com o morto também foi vítima dos criminosos", acrescentou o Comité, responsável pelos principais casos criminais na Rússia, sem fornecer mais detalhes.
Nos últimos meses, vários funcionários nomeados pelos russos nos territórios ucranianos conquistados foram feridos ou mortos em ataques.
Alexei Kovalev, de 33 anos, foi eleito em 2019 como deputado na região de Kherson e juntou-se ao grupo do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no Parlamento ucraniano.
Após a ofensiva do Kremlin no final de fevereiro e a conquista da região de Kherson, Kovalev juntou-se à administração de ocupação. No final de junho, já havia sobrevivido a outra tentativa de assassínio.
A maior parte da região de Kherson e parte da de Zaporijia foram tomadas pelo Kremlin, que tenta ali realizar uma política de ‘russificação’ com vistas a uma possível anexação.
Moscovo introduziu o rublo nesta região e incentiva os seus habitantes a receberem passaportes russos.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções.
A ONU apresentou como confirmados 5.663 civis mortos e 8.055 feridos na guerra, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.