De acordo com os jornais diários The Times e Daily Telegraph, o chefe da diplomacia dos EUA deixou essa acusação na terça-feira, durante uma conferência com parlamentares britânicos, interdita aos jornalistas.
Segundo fontes presentes nesse encontro, Pompeo disse que os erros da OMS – que classificou como uma organização política, não baseada na ciência – na luta contra a pandemia de covid-19 provocou “mortes britânicas”.
“Quando as coisas começaram a mudar, no momento mais importante, quando houve uma pandemia na China, o dr. Tedros, que foi comprado pelo Governo chinês… não posso dizer mais nada, mas posso dizer, afirmo que, com base em informações sólidas, que foi alcançado um acordo por ocasião da eleição do Sr. Tedros à frente da OMS”, terá dito Pompeo, segundo um relato do Daily Telegraph.
“Havia um acordo para esta eleição. E quando as coisas começaram a mudar, houve britânicos mortos, por causa do acordo que foi feito”, explicou o secretário de Estado norte-americano, segundo o Daily Telegraph.
Os comentários foram feitos durante uma reunião organizada pela Henry Jackson Society – um ‘think tank’ (grupo de reflexão) descrito pelo The Times como defensor da linha dura contra Pequim – duas semanas depois de os Estados Unidos terem oficializado a sua saída da OMS, que Washington acusa de ter demorado a agir perante a pandemia de covid-19.
“A OMS não tem conhecimento de tais declarações, mas rejeitamos qualquer ataque ‘ad hominem’ e as alegações infundadas”, disse um porta-voz da OMS ao Daily Telegraph, pedindo aos países que continuem focados na resposta à pandemia.
Durante sua visita a Londres, depois de o Governo de Boris Johnson ter decidido excluir a empresa chinesa de telecomunicações Huawei dos concursos da sua rede 5G, numa reviravolta em relação a uma decisão inicial, o secretário de Estado norte-americano continua a pedir aos aliados para resistirem aos plano do Governo chinês.
Após a sua visita a Londres, Mike Pompeo chegou hoje de manhã a Copenhaga, onde reunirá com o primeiro-ministro dinamarquês, Mette Frederiksen, e com o seu homólogo, Jeppe Kofod.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 610 mil mortos e infetou mais de 14,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
C/Lusa