Este objeto, do tamanho de “um pequeno carro”, estava a uma altitude de cerca de 12.000 metros e representava “uma ameaça à segurança do tráfego aéreo”, referiu John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.
O abate deste “objeto desconhecido” foi autorizado pelo Presidente Joe Biden, ainda segundo John Kirby, que acrescentou que é diferente do “balão-espião” chinês identificado na semana passada pelos norte-americanos.
Na semana passada, as forças norte-americanas abateram o que classificaram como um “balão-espião” chinês que sobrevoava os Estados Unidos.
A China admitiu que o balão lhe pertence, mas disse que se tinha extraviado da rota devido a ventos fortes e que é usado para fins meteorológicos, não para espionagem.
John Kirby adiantou ainda hoje que o Governo norte-americano tomou conhecimento esta quinta-feira à noite da presença deste objetivo, cujos destroços caíram em águas congeladas.
As autoridades norte-americanas vão agora proceder à tentativa de recuperação dos destroços.
Segundo Kirby, os pilotos dos aviões de combate que examinaram visualmente o objeto verificaram que este não era tripulado.
“Não sabemos a que entidade pertence este objeto”, se é, por exemplo, de um Estado ou de um proprietário privado, sublinhou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.
A mesma fonte também especificou que, ao contrário do balão chinês, este objeto ainda não identificado não parecia ter um sistema de propulsão ou controlos que permitissem a sua condução.
Washington divulgou esta quinta-feira que o balão chinês que sobrevoou na semana passada os Estados Unidos foi equipado para detetar e recolher sinais de inteligência, integrando um programa de vigilância aérea militar que tem como alvo mais de 40 países.
Citando imagens dos aviões espiões U-2, o Governo norte-americano, em declarações na quinta-feira à agência Associated Press, precisou que uma frota de balões opera sob a direção do Exército Popular de Libertação, da China, e é usada para espionagem, com equipamentos projetados para recolher informações de alvos em todo o mundo, tendo balões semelhantes já passado por cinco continentes.
A China argumentou tratar-se de um “aparelho voador civil usado para fins de pesquisa, principalmente meteorológica”.
Mas o incidente criou um conflito diplomático que levou o líder da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, a adiar uma rara visita à China, enquanto Pequim recusou, no sábado, um telefonema do chefe do Pentágono, Lloyd Austin, logo após o derrube do balão pelos norte americanos.
O Ministério da Defesa chinês disse hoje que recusou um telefonema do secretário da Defesa norte-americano porque Washington “não criou a atmosfera adequada” para o diálogo.
A ação dos EUA “violou gravemente as normas internacionais e estabeleceu um mau precedente”, disse o porta-voz do ministério, Tan Kefei, em comunicado.
Lusa