Os estivadores partiram do Largo de São Paulo, em Lisboa, com destino à Assembleia da República, onde chegaram pelas 16:30, empunhando faixas do sindicato a gritar palavras de ordem como “direitos iguais nos portos nacionais”.
Em declarações à Lusa, o presidente do Sindicato dos Estivadores e da Atividade Logística (SEAL), António Mariano, disse que em causa está a liberdade de filiação sindical.
“É inadmissível que os trabalhadores, porque escolhem determinada opção sindical, vejam as suas condições salariais alteradas e isto está a acontecer em Leixões e no Caniçal”, indicou.
O responsável apontou ainda “o bloqueio à contratação coletiva e a utilização de sindicatos fictícios” na negociação como alguns dos motivos que levaram à convocação da greve que se iniciou hoje e que se prolonga até sexta-feira, data a partir da qual se inicia uma nova paralisação durante o trabalho suplementar.
“No decurso da greve que está a decorrer, aconteceram um número de violações nos portos portugueses como a contratação de trabalhadores ilegais. Já entregámos na Assembleia da República um documento a dar conta disso”, referiu.
Perante estas reivindicações, os estivadores do SEAL decidiram prolongar a greve ao trabalho suplementar, inicialmente agendada até 8 de outubro, até ao início do próximo ano.
“Até 1 de janeiro de 2019 vamos estar em greve ao trabalho suplementar. [As empresas] têm de compreender, de uma vez por todas, que têm de alterar o seu comportamento, porque nós não vamos alterar a nossa posição”, concluiu.
A greve, à semelhança do que tem vindo a acontecer, irá abranger os portos de Lisboa, Setúbal, Sines, Figueira da Foz, Leixões, Caniçal (Madeira), Ponta Delgada e Praia da Vitória (Açores).
O coordenador da Federação de Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), José Manuel Oliveira, que também se associou ao protesto, destacou, durante o seu discurso, “a determinação e a luta dos estivadores”.
Do lado dos partidos, Bruno Dias do PCP disse aos jornalistas que, ao longo dos anos, o partido “tem vindo a acompanhar a luta dos estivadores e as situações de ataque aos direitos nos vários portos”, notando que já questionou o Governo sobre a matéria em causa.
“É preciso que o poder político tome medidas para responder a este problema”, vincou.
Por sua vez, José Soeiro do BE indicou que esteve presente na última greve no porto de Leixões com a Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), notando que a administração do porto não permitiu a entrada desta até à chegada da polícia.
“É este o grau de capacidade de fiscalização que a ACT tem neste momento. Existe um grande défice de fiscalização”, frisou.
LUSA