Os primeiros resultados do Censos da População, conhecidos esta semana, revelam que havia mais 584.882 pessoas a viver em Espanha em 01 dezembro de 2021 do que no mesmo dia de 2011.
As regiões de Espanha com maiores aumentos de população neste período foram o arquipélago mediterrânico das Baleares (mais 7,5%), Comunidade de Madrid (4,7%) e ilhas atlânticas das Canárias (4,6%).
Por outro lado, perderam mais população as regiões de Castela e Leão (menos 6,1%), Astúrias (menos 5,9%) e Extremadura (menos 3,9%).
A Extremadura e Castela e Leão são duas regiões no oeste de Espanha que fazem fronteira com Portugal, com o Alentejo, Beira Interior e Trás-os-Montes. As Astúrias ficam no norte de Espanha.
Apesar do aumento global de população, viviam em 2021 menos pessoas na maioria do território de Espanha, onde mais de 70% dos 8.131 municípios têm agora menos habitantes do que em 2011.
Segundo os mesmos resultados, a população maior de 64 anos de idade passou a representar 19,7% do total, quando em 2011 era 17,3%.
Num país com baixa taxa de natalidade (1,2 filhos por mulher), este dado indica a maior longevidade da população residente em Espanha.
Os dados definitivos e mais completos dos Censos espanhóis de 2021 serão conhecidos no próximo ano.
Os censos de 2021 em Espanha foram realizados seguindo uma metodologia diferente da usada em todos os anteriores, alertou o INE.
Assim, não foi feita qualquer entrevista em casas, como acontecia desde o século XIX nestes estudos, e os dados foram integralmente recolhidos cruzando dezenas de registos administrativos.
Os censos em Espanha deixam também este ano de ser publicados a cada dez anos, como aconteceu sem interrupção desde 1857, e passam a ser anuais.
Ao contrário da conclusão destes primeiros dados dos censos de 2021 em Espanha, em Portugal, a população diminuiu 2,1% nos mesmos dez anos.
“Residiam em Portugal, à data do momento censitário, dia 19 de abril de 2021, 10.343.066 pessoas (4.920.220 homens e 5.422.846 mulheres), o que representa um decréscimo de 2,1% face a 2011”, disse o Instituto Nacional de Estatística (INE), em 23 de novembro, quando divulgou os resultados definitivos dos censos de 2021.
De acordo com o INE, essa redução constitui uma inversão na tendência de crescimento da população que se verificou nas últimas décadas e representa a “segunda quebra populacional registada desde 1864, ano em que se realizou o I Recenseamento Geral da População”.
Em termos de série censitária, Portugal apenas tinha registado uma redução do seu efetivo populacional nos censos de 1970, como resultado da elevada emigração verificada na década de 60, salientou o instituto.
Na última década, o Algarve (3,6%) e a Área Metropolitana de Lisboa (1,7%) registaram um crescimento populacional, enquanto nas restantes regiões decresceu o efetivo populacional, com o Alentejo (menos 7,0%) e a Região Autónoma da Madeira (menos 6,4%) a observarem as descidas mais significativas, indicou o INE.