A chegada do cortejo fúnebre ao cemitério da Guia (distrito de Lisboa) para o funeral aconteceu cerca das 14:30, depois da missa realizada no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.
O cortejo foi recebido à entrada do cemitério por uma guarda de honra constituída por uma companhia conjunta de três pelotões (Marinha, Exército e Força Aérea), estandarte nacional e Banda da Armada.
À chegada foi tocada a marcha fúnebre e foram prestadas honras militares, com a entrada no cemitério acompanhada por três salvas de G3, seguidas de 19 salvas de artilharia pelo exército.
Antes da chegada do cortejo fúnebre, pelas 14:10, chegaram o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Silva Ribeiro, o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recebidos com honras militares e presentes à do cemitério aquando da chegada do cortejo fúnebre.
À entrada do carro funerário no cemitério ouviram-se aplausos.
Depois de breves orações, militares da Marinha dobraram a bandeira da República Portuguesa que estava sobre o caixão e Marcelo Rebelo de Sousa entregou-a à mulher de Freitas do Amaral, Maria José de Matos, às 14:43.
Além de familiares e amigos, dezenas de populares assistiram a esta cerimónia.
Entre os presentes estiveram a atual líder do CDS-PP, Assunção Cristas, e o ex-líder do CDS-PP Ribeiro e Castro, assim como o ex-banqueiro Ricardo Salgado.
A restante cerimónia seguiu reservada a familiares e amigos, sem a presença da comunicação social.
O fundador do CDS e ex-ministro Diogo Freitas do Amaral morreu na quinta-feira, 03 de outubro, aos 78 anos. Casado com Maria José Salgado Sarmento de Matos (escritora, que nos seus livros usa o pseudónimo Maria Roma), tinha quatro filhos.
Diogo Pinto Freitas do Amaral, professor universitário, nasceu na Póvoa de Varzim em 21 de julho de 1941. Foi líder do CDS, partido que ajudou a fundar em 19 de julho de 1974, vice-primeiro-ministro e ministro em vários governos.
Freitas do Amaral, que estava internado desde 16 de setembro, fez parte de governos da Aliança Democrática (AD), entre 1979 e 1983, e mais tarde do PS, entre 2005 e 2006, após ter saído do CDS em 1992. Foi ainda presidente da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
No final de junho deste ano, Freitas do Amaral lançou o seu terceiro livro de memórias políticas, intitulado "Mais 35 anos de democracia – um percurso singular", que abrange o período entre 1982 e 2017, editado pela Bertrand.
Nessa ocasião, em que contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro líder do CDS e candidato nas presidenciais de 1986 – que perdeu para Mário Soares – recordou o seu "percurso singular" de intervenção política, afirmando que acentuou valores ora de direita ora de esquerda, face às conjunturas, mas sempre "no quadro amplo" da democracia-cristã.
C/ LUSA