“Para o centro e norte do país, a melhor solução será a Ota, devido à proximidade. Até porque o tecido empresarial está essencialmente localizado no centro e no norte. O sul tem uma elevada vertente turística, mas está servido, adicionalmente, pelo aeroporto de Faro”, disse hoje Orlando Faísca à agência Lusa.
Na opinião do representante dos empresários da região da Guarda, “a melhor solução para o crescimento do país, para alavancar os negócios, para atrair investimento, seria a localização da Ota”, a norte de Lisboa.
Segundo o presidente do NERGA, com a construção de um novo aeroporto no Montijo, a sul, o país fica desequilibrado, porque a componente da indústria está “toda localizada a norte” e é preciso ter em conta a proximidade.
“E proximidade cria uma vantagem competitiva. Portanto, é de repensar essa necessidade, porque a proximidade cria encurtamento das distâncias e, obviamente, a atração de investimento estrangeiro é preponderante se houver um menor tempo de viagem para os territórios do centro e norte”, justificou Orlando Faísca.
O presidente da Associação Empresarial da Região da Guarda considerou que, na Ota, o aeroporto será “uma forma de atrair investimentos” para os territórios do interior do país.
O NERGA, com sede no Parque Industrial da Guarda, possui cerca de 400 associados na sua área de intervenção.
O primeiro-ministro António Costa determinou, na quinta-feira, a revogação do despacho que apontava os concelhos do Montijo e Alcochete como localizações para a nova solução aeroportuária da região de Lisboa, desautorizando o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, que na quarta-feira apresentou esta proposta.
A solução apontada passa por avançar com o projeto de um novo aeroporto no Montijo complementar ao Aeroporto Humberto Delgado, para estar operacional no final de 2026, sendo os dois para encerrar quando o aeroporto no Campo de Tiro Alcochete estiver concluído, previsivelmente em 2035.
No mesmo dia, António Costa defendeu que na nova solução aeroportuária para a região de Lisboa se tem de “trabalhar para uma solução técnica, política, ambiental e economicamente sustentável – uma solução que seja objeto de um consenso nacional, designadamente com o maior partido da oposição”.