"Estamos perante uma dificuldade e a principal e que torna tudo mais complexo é não percebermos, nem ninguém conseguir apontar uma saída, nem quando, nem como para esta situação resultante da pandemia da covid-19 e, portanto, estamos, aqui, a navegar no escuro", afirmou à Lusa Miguel de Sousa.
Segundo o Presidente do Conselho de Administração, a empresa inicia o regime de ‘lay-off’ (redução temporária dos períodos normais de trabalho ou suspensão dos contratos de trabalho efetuada por iniciativa das empresas, durante um determinado tempo) entre 10 e 20 de abril por um período de um mês.
Miguel de Sousa adiantou que a ECM, requereu o "lay-off’ total para 202 trabalhadores e parcial para outros 40, para "manter a atividade da empresa junto dos seus clientes, nomeadamente os supermercados assim como a parte administrativa".
O Presidente do Conselho de Administração referiu que a empresa o que fez foi “aproveitar a legislação e os mecanismos de apoio extraordinários que o Governo proporcionou para tomar medidas que, em primeiro lugar, pretendem garantir os postos de trabalho e, em segundo, antecipando o pagamento do subsídio de Natal de 2020 para abril, procuram garantir um rendimento razoável a todos os trabalhadores nos próximos três meses".
Para já, o pedido de ‘lay-off’ é por um mês, mas se as atuais circunstâncias continuarem muito provavelmente manter-se-á este regime, esclareceu Miguel de Sousa, revelando também que a produção de marcas da ECM será suspensa enquanto a situação durar.
A ECM faz 150 anos em 2022 e apresenta, no seu portfólio, o segundo mais antigo refrigerante do mundo, a Laranjada, fabricada desde 1872 (o primeiro é a Schwepps, lançada em 1783, 89 anos antes).
É a maior empresa de produção e distribuição de bebidas da região e 14 anos mais antiga que a Coca-Cola Company (1886).
A Lusa tentou contactar o presidente da União dos Sindicatos da Madeira, Adolfo Freitas, sobre esta decisão da ECM, sem sucesso.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 57 mil.
Dos casos de infeção, mais de 205 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 246 mortes, mais 37 do que na véspera (+17,7%), e 9.886 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 852 em relação a quinta-feira (+9,4%).
Dos infetados, 1.058 estão internados, 245 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 68 doentes que já recuperaram.
Na Madeira, o Instituto de Administração da Saúde (IASAÚDE) elevou hoje para 44 o número de infeções por Covid-19 no arquipélago, mais um do que na quarta-feira porque na quinta-feira não foram registados novos casos.
C/Lusa