“Em 2021, 26,6% da população com 16 ou mais anos referiu o efeito negativo da pandemia covid-19 sobre a saúde mental”, adianta o Instituto Nacional de Estatística (INE) na publicação “Rendimento e condições de vida 2021 – Estado de saúde”.
De acordo com os dados, esta situação foi apontada por mais mulheres (30,2%) do que homens (22,4%) e em proporções bastante semelhantes na população menor de 65 anos (26,8%) e na população idosa (25,9%).
“Por nível de escolaridade, embora sem diferenças muito significativas, a população com ensino superior completo registou uma proporção de 27,8%, superior à média nacional, e a população sem qualquer nível de escolaridade completo uma proporção de 25,4%”, refere o INE.
Por condição perante o trabalho, verifica-se que é na população em situação de desemprego que este indicador atingiu o valor mais elevado (33,7%), 7,1 pontos percentuais (p.p) acima da média.
Os resultados do inquérito apontam também que a proporção de pessoas com 16 ou mais anos em risco de pobreza que disseram ter sido afetadas pelo efeito negativo da crise pandémica na saúde mental foi superior em 3 p.p. à proporção obtida para a população em geral da mesma idade.
O Inquérito às Condições de Vida e Rendimento das Famílias é realizado em Portugal desde 2004. Até 2020 realizou-se no quadro de legislação comunitária específica que estabelecia um sistema comunitário harmonizado de produção de estatísticas sobre a pobreza, privação e exclusão social.
A partir de 2021, o inquérito é realizado de acordo com regulamentação europeia específica do Parlamento Europeu e do Conselho.
Em Portugal, a informação do inquérito foi regularmente recolhida com periodicidade anual através de entrevistas presenciais assistidas por computador no 2.º semestre de cada ano.
Na sequência das medidas de saúde pública subsequentes à pandemia covid-19, nomeadamente o confinamento e o distanciamento social, o inquérito foi exclusivamente realizado através de entrevistas telefónicas em 2020 e 2021.