O presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), Carlos Magno, disse hoje que a edição de notícias no espaço digital tem de estar "protegida por lei" e alertou para a atual "promiscuidade" na internet.
"Vive-se uma certa promiscuidade neste momento, mas também não se distingue muito bem uma entrevista feita por um cómico na televisão de uma entrevista feita por um jornalista", afirmou Carlos Magno, numa conferência sobre o futuro da comunicação social em ambiente global e digital, realizada em Câmara de Lobos.
O presidente da ERC considerou que é fundamental preservar o espaço editorial no universo digital, indicando que a tarefa compete aos jornalistas, aos reguladores e aos legisladores.
"Tem de haver uma regulação no digital diferente da regulação do analógico. As leis que temos vêm do mundo analógico, mas as leis do digital não podem ser aplicadas por analogia", disse, sublinhando que "não se pode estar no ‘site’ de um jornal como está num blogue individual".
Carlos Magno lembrou que "o digital e a ‘net’ são a rua", pelo que os espaços e as empresas que ali se dedicam ao "negócio" da informação e da edição de notícias têm de estar protegidos por lei.
"O futuro é digital. Dizer isto é uma banalidade, mas ao mesmo tempo é assumir uma responsabilidade", declarou, vincando que a sociedade está em plena transição do analógico para o digital, uma metamorfose "difícil e dolorosa", mas que vai tornar tudo "bastante mais fácil".
O presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social sublinhou que no campo digital o ambiente é "mais democrático", "mais barato" e a produção mais fácil, ao mesmo tempo que proporciona uma maior "fragmentação" das audiências.
"Deixou de haver grandes audiências e o mercado é bastante mais competitivo. Acabou o pensamento único", disse, realçando, por outro lado, os ‘casamentos’ perfeitos da rádio e da televisão com o digital.