Até agora, os diplomas escolares eram uma enumeração de disciplinas frequentadas e classificações obtidas. “Todo o trabalho extra feito pelos alunos desaparecia. Os diplomas limitavam-se às notas, sem fazer referência a mais nada. Mas os alunos não são só um conjunto de notas e uma média”, explicou à Lusa o secretário de Estado e Adjunto da Educação, João Costa.
O Ministério da Educação alterou o modelo e os alunos passam a ter um certificado digital onde aparecem todas as atividades em que estiveram envolvidos. No final do ensino obrigatório recebem um diploma, no qual, além das disciplinas frequentadas e notas, surgem discriminados os projetos em que participaram.
À Lusa, João Costa salientou o “importante potencial” deste projeto no momento em que os jovens tentam entrar no mercado de trabalho, fazer um estágio ou até no acesso ao ensino superior. O secretário de Estado deu como exemplo a escola de teatro e cinema da Amadora, cujo concurso local de acesso prevê a apresentação do portefólio dos alunos.
As alterações feitas aos certificados e diplomas “passam a reconhecem o percurso escolar dos alunos em todas as dimensões”, sublinhou João Costa, lembrando que o envolvimento em projetos, como o voluntariado, “já não fica esquecido”.
Os certificados e diplomas passam a registar a participação nas mais variadas atividades, desde o Desporto Escolar, Olimpíadas, Plano Nacional de Leitura e Programa Erasmus, assim como projetos na área artística, “como andar no clube de teatro da escola”, exemplificou o secretário de Estado.
Também o facto de assumirem o cargo de delegado de turma, pertencerem à associação de estudantes ou serem representantes dos alunos nos conselhos gerais não será esquecido. Estas atividades ficam registadas, atestando o envolvimento proativo dos estudantes na vida da escola.
Segundo o secretário de Estado, os diplomas estarão também ligados ao Passe Jovem, do Instituto Português do Desporto e Juventude, permitindo o registo na participação em atividades extraescolares.
A portaria que define os novos modelos prevê também que fica registado nos diplomas e certificados os casos em que os alunos participam em projetos curriculares diferenciados, quando as escolas decidem criar ou fundir disciplinas.
“Os alunos que, por terem medidas específicas para a inclusão, beneficiam de planos individuais de transição, verão também reconhecido o trabalho realizado na passagem da escola para a vida ativa”, acrescenta o Ministério da Educação.
O processo de emissão de certificados e diplomas passa a ser digital. O projeto nasce agora, mas o secretário de Estado garante que as experiências realizadas pelos alunos em anos anteriores poderão constar também nos seus certificados e diplomas.