D“No âmbito do Estudo ‘Os Jovens e as Forças Armadas’, está disponível o relatório que permite conhecer o contexto atual e a apreciação dos jovens participantes na 17.ª edição do Dia da Defesa Nacional (DDN) em 2021”, pode ler-se num comunicado enviado hoje pelo Ministério da Defesa Nacional.
De acordo com o Governo, a edição de 2021 contou com a presença de 74.232 jovens, “o que traduz uma taxa de participação de 83%”, já que tinham sido convocados 89.584 jovens com mais de 18 anos para participar nesta iniciativa.
Segundo o relatório, a maioria dos jovens participantes na edição do ano passado eram estudantes, 67,8%, enquanto 7,8% eram trabalhadores-estudantes, 16,3% estavam empregados e 8,1% desempregados.
“Ressalva-se ainda o facto de 24,4% dos jovens (18% em 2019) já terem abandonado o sistema de ensino, não estando atualmente a prosseguir as suas qualificações escolares/académicas”, refere o mesmo estudo.
“ (…) é possível observar a idade em que os participantes deixaram de estudar (independentemente de terem cumprido ou não a escolaridade obrigatória). Embora a grande maioria o tenha feito aos 18 anos, quase três mil jovens abandonaram a escola antes de atingirem a maioridade”, acrescenta.
“Na apreciação que os participantes fazem ao DDN, os dados revelam, por exemplo, que 71% consideram que a sua opinião sobre as Forças Armadas melhorou após a participação no DDN. O relatório demonstra ainda que as Forças Armadas são das instituições em quem os jovens mais confiam: 90% dos inquiridos deposita muita ou total confiança nas FA”, sublinha o Governo.
Outra das conclusões é de que “71% dos entrevistados concordam com a obrigatoriedade da participação no DDN”.
Segundo o estudo, foi pedido aos participantes que manifestassem o seu grau de concordância relativamente a um conjunto de afirmações sobre as Forças Armadas, tendo os resultado obtidos demonstrado que “os jovens concordam com a necessidade de existência das Forças Armadas para a segurança do país, perspetivando-as como uma instituição que reflete valores de disciplina, obediência a regras, solidariedade e entreajuda”.
“Pronunciam-se também de forma muito favorável relativamente à sua eficácia no cumprimento das missões e ao seu nível de organização. Pode dizer-se que, do ponto de vista institucional, as Forças Armadas têm muito boa aceitação junto da população jovem”, concluem os responsáveis pelo estudo.
Nas conclusões do relatório refere-se que “o segmento populacional que não afasta a possibilidade de ingresso nas Forças Armadas é relevante em termos quantitativos e demonstra que a base de trabalho é positiva”.
“Há aspetos que podem ser potenciados (maior aceitação no sexo feminino e nos níveis de escolaridade mais elevados), mas eventuais problemas conjunturais de recrutamento não derivam de nenhum processo de rejeição ou de desvalorização das Forças Armadas por parte destes jovens, pelo contrário. Neste domínio, as Forças Armadas têm uma situação muito positiva, pelo que a sua atuação (para atingir patamares mais elevados de atratividade) deverá recair em aspetos associados à configuração (instrumental) da sua oferta”, defendem os responsáveis pelo estudo.
Segundo os investigadores, “o interesse em ingressar fundamenta-se na atração pelas características da vida militar e na possibilidade de participar em missões humanitárias e de apoio à paz”.
“Por seu turno, o não ingresso é justificado por mais de metade dos jovens com o facto de estarem a estudar e pretenderem continuar apenas a estudar, seguido pela não identificação com as características da vida militar”, explica.
Interrompido vários meses entre 2020 e 2021 por causa da pandemia de covid-19, o Dia da Defesa Nacional foi retomado em maio de 2021 e é uma atividade cívica de caráter obrigatório que visa sensibilizar os jovens que atingem a maioridade sobre a temática da Defesa Nacional e o papel das Forças Armadas.
A 17.ª edição do DDN decorreu de 03 de maio a 17 de dezembro de 2021, em várias unidades militares do território continental e ilhas.