“Estou convencido de que podemos fazer muito mais pela água e pela sua qualidade. Em Castelo branco temos grandes áreas e espaços verdes. No entanto, temos que repensar a forma como se faz a rega destes espaços e a sua sustentabilidade. Muito haverá para fazer nesse sentido”, afirmou o presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues.
O autarca falava hoje durante a sessão pública de assinatura da "Declaração de Compromisso para Adaptação e Mitigação das Alterações Climáticas nos Serviços de Águas", proposta pela Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas (APDA), que decorreu no Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco e foi assinada por 19 câmaras e entidades gestoras.
Leopoldo Rodrigues sublinhou que a água oriunda das estações de tratamento de águas residuais (ETAR) em Castelo Branco, ainda é canalizada para os cursos de água.
“Está na altura de a fazer retornar para ser novamente utilizada”, sublinhou.
O autarca explicou que o município albicastrense está já a trabalhar em conjunto com as escolas para sensibilizar os mais novos para a problemática da água e das alterações climáticas.
Já o vice-presidente do município e responsável pelos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Castelo Branco (SMASCB), Hélder Henriques, referiu que, nos últimos anos, os serviços têm alcançado resultados muito positivos, sobretudo, ao nível das perdas de água que se cifram nos 12/13%.
“Este é o resultado do trabalho daqueles que estão diariamente no terreno”, concluiu.
No documento assinado em Castelo Branco, naquela que foi a segunda sessão, a nível nacional, os 19 subscritores declararam o seu compromisso “em impulsionar os esforços necessários para a adaptação e a mitigação às alterações climáticas, em particular no que se refere aos serviços de águas, para garantia das gerações futuras”.
O responsável da APDA, Rui Godinho, explicou que este compromisso marca publicamente uma posição sobre um assunto que é um dos problemas estruturais mais complicados para a vida e para o futuro.
“A seca em Portugal é já um problema muito sério. Nunca houve no país desde que há registos, uma situação como a de fevereiro em que 95,5% do território estava em seca severa ou seca extrema. Isto é um sinal de alarme a que temos que atender muito rapidamente de uma forma estruturada”, concluiu.
A APDA é uma associação sem fins lucrativos, fundada em 1998, que conta atualmente com 175 membros efetivos.
Representa e defende os interesses dos agentes responsáveis pelos sistemas, de abastecimento de água e águas residuais e de todos os demais intervenientes neste domínio.
Simultaneamente, esta associação estimula o tratamento, investigação e desenvolvimento dos assuntos relacionados com a quantidade e qualidade das águas de abastecimento, drenagem e destino final das águas residuais, constituindo um fórum para profissionais de diversas formações com intervenção no domínio das águas.
Lusa