“Entendemos que o setor do turismo será aquele que terá mais dificuldade em reagir e retomar o seu ritmo normal, será aquele que levará mais tempo, é o que está no fim de uma cadeia”, afirmou o Secretário do Turismo e Cultura da Madeira.
Eduardo Jesus falava após uma reunião que manteve na presidência do Governo Regional da Madeira, na Quinta Vigia, na qual participou o chefe do executivo insular, Miguel Albuquerque, e representantes dos principais grupos hoteleiros no arquipélago, nomeadamente Pestana Hotels, PortoBay, Savoy, Enotel, Fourviews Hotels e Cardoso, com o objetivo de analisar vários aspetos relacionados com o setor.
O governante com a tutela do turismo defendeu que este setor “precisa de ser apoiado mais tempo”, tendo os participantes no encontro estabelecido como “grande prioridade” a importância de não permitir que esta crise venha a “provocar desemprego”.
Para isso, complementou, “o Governo central tem de ser chamado, através da Segurança Social”, a apoiar o setor, defendendo que deve, por exemplo, ser prolongado “o regime do lay-off simplificado, porque, se assim não for, e a lógica for o regime normal, vai acontecer um despedimento em massa que não interessa nada à economia regional e nacional”.
Eduardo Jesus enfatizou que, neste encontro na Quinta Vigia, foi abordada “sobretudo a expectativa do momento de reabertura de toda a atividade turística”.
Porém, informou que “existe um consenso nesta matéria de que a Madeira não pode avançar com uma data neste momento sem que se verifique em simultâneo o controlo da pandemia na Região Autónoma da Madeira e na origem dos viajantes”.
O responsável madeirense referiu que, “enquanto não surge a vacina” para a Covid-19, “impõem-se aos destinos, onde a Madeira se inclui, a adoção de um conjunto de medidas e ações que venham permitir restaurar a confiança dos viajantes”.
“É este o grande objetivo: acabar com o medo de viajar e para acabar com o medo de viajar e dar confiança às pessoas é preciso investir em procedimentos novos”, vincou.
Tendo em conta este objetivo, o governo madeirense “desafiou o setor a emanar um conjunto de orientações, ideias, sugestões para um documento denominado ‘Covid Safe Tourism’, que sistematiza toda essa orientação”.
“O grande propósito desse documento é trazer confiança ao sistema e onde se inclui um capítulo que se relaciona com toda a operacionalidade no aeroporto”, adiantou, mencionando que a Região está a aguardar o “entendimento das autoridades nacionais e europeias a implementar.
O governante salientou que o mercado nacional “será o primeiro a reagir e constituirá a grande aposta no imediato” para o setor na Madeira, sem esquecer os nichos tradicionais.
Também aponta uma aposta nos países nórdicos, “procurando tirar partido do posicionamento que a Madeira pode afirmar como destino seguro pelo conjunto de medidas que está a adotar e a prática da saúde pública a liderar todo este processo” da pandemia.
O Governo da Madeira também apoia a pretensão dos empresários da hotelaria de suspender os pagamentos por conta, “aliviando as tesourarias, sabendo que não vale a pena estar a fazer pagamentos de um dinheiro que não vai existir”, considerando que pode ser “um financiamento ilegítimo que o Estado tem aqui à custa das empresas”.