"Essa nova geopolítica deve ser fundamentalmente social e a CI tem um papel determinante na definição do novo papel do homem e do Estado nos destinos dos nossos povos", disse o vice-ministro venezuelano para Temas Multilaterais.
Alexander Yánez participou na 3.ª reunião de Coordenadores da Cooperação, da CI, que decorreu por videoconferência, durante a qual sublinhou que o Governo do Presidente Nicolás Maduro tem implementado medidas sanitárias para conter a propagação do coronavírus.
Por outro lado, acusou Washington de “falta de humanidade” por continuar a impor sanções contra a Venezuela, a pesar da pandemia.
“A crise biológica gerada pela Covid-19, supera, no entanto, a crise de falta de humanidade que se evidencia, neste contexto de pandemia, pelas sanções e outras medidas coercitivas e unilaterais impostas pela administração norte-americana contra o Governo, as pessoas, empresas e instituições da Venezuela”, frisou.
Segundo o vice-ministro, os EUA ignoram os apelos do secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, e do papa Francisco “para interromper” a aplicação de sanções.
“As medidas coercitivas unilaterais são um vírus maligno que deve ser erradicado (…) são uma política que mata pessoas, destrói a economia e dana os sistemas de saúde das nações sujeitas a ela”, frisou.
O Presidente Nicolás Maduro acusou domingo os EUA de ter “recrudescido as sanções criminosas” e o bloqueio contra a Venezuela durante a pandemia da Covid-19, mas insistiu que o país tem resistido com sucesso às agressões.
“Quando a Venezuela enfrentava a pandemia, nos meses de março, abril e maio e pensávamos que os atores do império norte-americano iriam decretar uma pausa, um cessar das agressões, foi o contrário: aumentaram as sanções criminais, a perseguição contra os alimentos, os medicamentos e a gasolina que a Venezuela procura e compra ao mundo”, disse durante um ato militar.
“Recrudesceram as sanções criminosas, mas temos sabido avançar. Passou o primeiro semestre de 2020, tomámos todas as decisões corretas a tempo (…) O povo sabe que pode confiar no seu governo e nas autoridades civis e militares nesta batalha contra o Coronavírus”, disse.
São membros da CI, de pleno direito, a Andorra, Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Chile, Equador, El Salvador, Espanha, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Perú, Portugal, República Dominicana, Uruguai e a Venezuela.
São membros associados a Guiné Equatorial e o Porto Rico.
Na Venezuela estão oficialmente confirmados 7.169 casos de pessoas infetadas e 64 mortes associadas ao novo Coronavírus. Estão ainda dados como recuperados 2.100 pacientes.
A Venezuela está desde 13 de março em estado de alerta, o que permite ao executivo decretar “decisões drásticas” para combater a pandemia.