Um comunicado divulgado em Caracas explica que as autoridades dos dois países participaram numa videoconferência, na quinta-feira, “com a intenção de afiançar a possibilidade de incorporar os estudos clínicos da vacina Sputnik V e produzi-la em território venezuelano”.
Durante a videoconferência, segundo o comunicado, o Ministro venezuelano da Saúde, Carlos Alvarado, “precisou o interesse da Venezuela em participar na fase 3 da produção desta vacina, pelo que foram assinados, de maneira imediata, (vários) acordos de confidencialidade e iniciou-se a seleção de possíveis candidatos para o desenvolvimento desta fase”.
Entretanto, em declarações à televisão estatal venezuelana, o Ministro Carlos Alvarado adiantou que Caracas está na disposição plena de fazer “algumas adequações e rever elementos técnicos para produzir o mesmo tipo de vacina” que é feito na Rússia.
Na videoconferência participaram também representantes do Fundo Russo de Investimentos Diretos e do Centro Nacional de Investigação de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya, produtor da vacina Sputnik V.
Em 21 de agosto, o ministério venezuelano da Saúde anunciou que o país previa ter “500 voluntários para os ensaios clínicos da fase 3 da vacina Sputnik V”.
Entretanto, as Academias de Medicina e de Ciências Físicas, Matemáticas e Naturais da Venezuela emitiram um comunicado conjunto pedindo às autoridades do país que respeitem os princípios éticos e científicos durante os ensaios e testes da vacina.
“A vacina candidata a ser avaliada não é uma vacina com eficácia comprovada, mas um produto experimental que pode ter efeitos secundários desconhecidos. A participação deve ser voluntária e documentada com o devido consentimento”, refere o comunicado.
Na Venezuela estão oficialmente confirmados 42.898 casos de infeção pela Covid-19 e 358 mortes associadas ao novo Coronavírus. Estão também dados como recuperados 34.147 pacientes.
O país está desde 13 de março em estado de alerta, o que permite ao executivo decretar “decisões drásticas” para combater a pandemia.
A atividade económica é limitada e apenas está permitida a comercialização de produtos básicos essenciais, em horário reduzido.
Os voos nacionais e internacionais foram restringidos até 12 de setembro e a população está impedida de circular entre os diferentes municípios do país.