“Considerando que as condições que nos fizeram aderir a esta medida se mantêm, na sua vasta maioria, nomeadamente as restrições à mobilidade dos cidadãos de todo o mundo e as incertezas face à retoma da atividade, vamos prorrogar o período de ‘lay-off’ por um período suplementar de 30 dias, até 31 de maio, de acordo com o decreto-lei que regulamenta esta matéria”, informou hoje o Conselho de Administração da companhia aérea, numa carta a que a Lusa teve acesso.
A transportadora aérea esclarece ainda que os colaboradores serão informados individualmente sobre a modalidade que lhes será aplicada na extensão do ‘lay-off’ e reitera que “tudo fará para proteger os empregos, a saúde e a segurança da família TAP”.
Atualmente, a TAP tem a sua operação suspensa quase na totalidade, mantendo apenas voos para a Terceira e Ponta Delgada, nos Açores, e para o Funchal, na Madeira, maioritariamente para voos de repatriamento e transporte de carga humanitária.
A companhia aérea recorreu, em 02 de abril, ao programa de ‘lay-off’ simplificado, disponibilizado pelo Governo como uma das medidas de apoio às empresas que sofrem os efeitos da pandemia de covid-19 na economia.
Numa carta enviada à Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) e assinada pela Comissão Executiva da transportadora, no dia 20 de março, a TAP pediu garantias ao Estado para duas possíveis operações de financiamento, por parte do Haitong e do ICBC Spain, para um total de 350 milhões de euros.
No dia 14 de abril, em entrevista à Rádio Observador, o primeiro-ministro não excluiu o recurso à nacionalização da TAP, afirmando não haver “nenhuma razão para excluir nenhum instrumento de ação pública que se revele necessário”.
"Seguramente não está na nossa mente [do Governo] nacionalizar o Observador. Relativamente à TAP, onde o Estado já é acionista, todos sabemos que o setor da aviação civil sofreu de forma devastadora esta situação de crise", referiu, na altura, o líder do executivo.
Portugal contabiliza 903 mortos associados à covid-19 em 23.864 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.
O “Grande Confinamento” levou o Fundo Monetário Internacional (FMI) a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 3% em 2020, arrastada por uma contração de 5,9% nos Estados Unidos, de 7,5% na zona euro e de 5,2% no Japão.
Para Portugal, o FMI prevê uma recessão de 8% e uma taxa de desemprego de 13,9% em 2020.
C/Lusa