“Já fomos prejudicados. A operação da Dinamarca para Porto Santo neste momento está anulada exatamente pela circunstância de todos os aeroportos de Portugal estarem inseridos na situação epidemiológica que se está a passar em Lisboa, [com um crescente] números de infetados”, afirmou o presidente do executivo.
Miguel Albuquerque falava aos jornalistas numa visita que às estruturas que estão a ser montadas no Aeroporto da Madeira para garantir a segurança e a testagem dos passageiros que desembarquem na região a partir de segunda-feira.
O chefe do executivo madeirense adiantou que a região “tomou já as diligências junto do Ministério dos Negócios Estrangeiros”, através do secretário do Turismo madeirense e dos deputados regionais na Assembleia da República.
O objetivo é que o Governo central “contacte as respetivas embaixadas” para “fazer a destrinça entre os aeroportos portugueses da Madeira e Porto Santo, que são zonas de zero covid, e aquilo que se está a passar na capital”.
“Isso passa por diligências diplomáticas no sentido de podermos receber os turistas do Reino Unido, da Dinamarca e dos destinos que fecharam a situação a Portugal”, realçou.
Miguel Albuquerque identificou o que considerou um problema neste processo: “Tudo se vive em Lisboa e a Madeira e os Açores, em determinadas circunstâncias, não existem”.
Contudo, acrescentou, no exterior “as pessoas olham para o país como um todo, quando a Madeira tem uma especificidade própria”.
Mesmo os operadores turísticos, sublinhou, “estão também muitas vezes dependentes das decisões dos países”.
O governante realçou que a Madeira prolongou o estado de calamidade até 31 de julho, considerando que a decisão do Governo da República de baixar para o nível de alerta a maioria do território continental, na próxima semana, “é um exemplo a não seguir”.
O Governo da República decidiu que Portugal continental vai estar, a partir de 01 julho, dividido em três níveis de alerta para fazer face à pandemia de covid-19, passando a maior parte do país para situação de alerta, enquanto a Área Metropolitana de Lisboa (AML) passa para situação de contingência (nível intermédio) e 19 freguesias da AML mantêm o estado de calamidade
“Prolongamos o estado de calamidade para não haver dúvidas relativamente aos poderes da autonomia nas decisões profiláticas, para termos segurança nessas medidas, para depois não termos processos em tribunal e pessoas que acham que o seu umbigo é mais importante”, argumentou Miguel Albuquerque.
Segundo Albuquerque, um potencial infetado é como uma pessoa que ande pela rua com uma bomba.
“A evolução pandémica está a acelerar, há uma regressão de medidas de confinamento e isto é um vírus, são cadeias de transmissão difíceis de controlar”, alertou.