"Se Governo quer fazer um plano a longo prazo de desenvolvimento estratégicos da economia portuguesa, acho bem. Quem é que chama a colaborar? Não é da minha conta. Desde que depois o relacionamento direto não seja com essa pessoa", disse esta manhã Rui Rio à margem de uma visita a um colégio do Porto.
O Presidente do PSD disse que "não tem rigorosamente nada contra nem a favor que o Governo ausculte quem quer que seja e encomende o trabalho a quem quer que seja", mas deixou claro que "no momento de conversar, os interlocutores do Governo têm de ser os ministros".
"Se nas reuniões o engenheiro Costa e Silva estiver também não tenho nada contra. Mas não é o interlocutor para os partidos da oposição e para a Assembleia da República", disse Rui Rio.
Questionado sobre se considera que o convite a Costa e Silva pode antever uma remodelação no Governo, Rui Rio, não quis comentar diretamente a questão, tendo dito apenas e sem acrescentar nomes ou pormenores: "Intuímos que possa vir a acontecer em breve".
O Primeiro-Ministro confirmou domingo que convidou o gestor da petrolífera Partex António Costa e Silva para "coordenar a preparação do Programa de Recuperação Económica", trabalho que deverá estar concluído até à aprovação do Orçamento Suplementar.
De acordo com o gabinete do Primeiro-Ministro, o convite foi aceite "como contributo cívico e `pro bono´" e o gestor tem estado a trabalhar nessa missão nas últimas semanas, "enquanto os membros do Governo estão concentrados, nesta fase, no Programa de Estabilização Económica e Social e no Orçamento Suplementar".
No mesmo dia o PAN manifestou-se indisponível para debater o plano de recuperação da economia com António Costa e Silva, descrevendo-o como "um homem do petronegócio" e que "inviabiliza" o cumprimento do programa de Governo sobre alterações climáticas.
O semanário Expresso noticiou no sábado que o primeiro-ministro tinha convidado o gestor da petrolífera Partex António Costa Silva para negociar o plano de retoma da economia com ministros, e que participaria igualmente em reuniões com parceiros sociais e partidos políticos.
No sábado, o BE e o CDS-PP já tinham rejeitado qualquer possibilidade de negociação com uma espécie de "paraministro".