“Temos um Governo da República que mostra silêncio, desatenção e indiferença [quando a Madeira solicita] apoio e solidariedade”, afirmou o parlamentar, na intervenção que marcou o arranque da segunda sessão legislativa da XII legislatura, antecipada 15 dias em comparação com os anos anteriores.
Carlos Rodrigues salientou que, passados seis meses, a Madeira “continua serenamente à espera” de resposta da República, ao contrário do que acontece noutros países que “têm dado atenção às suas autonomias” e numa altura em que a União Europeia “manda discriminar positivamente” os territórios regionais.
“Nada justifica tamanha falta de solidariedade”, opinou, considerando que “desde que o PS está no poder se assiste à degradação da relação entre a Madeira e a República”.
O deputado considerou que este relacionamento se pauta por “respostas não dadas, compromissos não cumpridos e promessas falhadas” à região, quando “a solidariedade que Lisboa pediu e exigiu a Bruxelas é a mesma que deve à Madeira”.
“Choca-nos esta indiferença para com a Madeira, choca-me que digam que não têm agenda para receber responsáveis regionais”, mencionou.
Carlos Rodrigues destacou que o executivo madeirense “tem assumido” os problemas causados pela pandemia, suportando com o orçamento do arquipélago as medidas de apoio implementadas, e que, mesmo no caso do ‘lay-off’ custeado pelo Estado, é necessário esclarecer que as contribuições dos madeirenses e empresas são remetidas para a Segurança Social a nível nacional.
No início dos trabalhos parlamentares, o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, José Manuel Rodrigues, recordou que esta sessão legislativa fica marcada por o quórum necessário ser de 24 deputados até ao final do mês. Porém, todos os 47 parlamentares “devem estar obrigatoriamente no parlamento”.
As votações finais apenas acontecem a partir de 01 de outubro.
A medição da temperatura corporal na entrada para deputados, funcionários e visitantes, e o uso de máscara são também exigências no parlamento.
José Manuel Rodrigues afirmou que “o interesse da região está acima de qualquer outro para ultrapassar este momento difícil”, apelando a que o comportamento dos deputados não ponha “em causa a credibilidade das pessoas e da instituição”.
Na opinião do responsável, “é natural que a temperatura política venha a subir”, mas os deputados devem esforçar-se para que o clima nos trabalhos parlamentares “não ultrapasse o aceitável”.
C/Lusa