“Se Deus quiser, estaremos muito bem, melhor, do ponto de vista do controlo do coronavírus, para a campanha eleitoral e para as eleições" parlamentares, disse Nicolás Maduro.
O governante falava durante à televisão estatal venezuelana, depois de o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) convocar as próximas eleições legislativas para 06 de dezembro.
"Por isso, chamo todos os venezuelanos para que, desde já, se preparem para participar do processo eleitoral (…) para votar em massa", afirmou.
Maduro explicou que durante a pandemia da Covid-19, vários países da Europa, como a Rússia e a Polónia, realizaram eleições.
“Para os que dizem que isto é uma ditadura, esta é a eleição número 25 [desde a chegada do chavismo ao poder]. Sete eleições me ‘tocaram’ como Presidente”, sublinhou.
Maduro precisou que houve eleições presidenciais em 2013 e 2018, municipais em 2014 e 2017, para a Assembleia Constituinte e para governadores em 2017 e as próximas, em dezembro de 2020.
Por outro lado, anunciou que o Partido Socialista Unido da Venezuela vai inscrever os seus candidatos a 10 de agosto.
O CNE marcou, quarta-feira, as eleições legislativas venezuelanas para 06 de dezembro, dia em que vão ser eleitos os 277 deputados.
A apresentação de candidaturas vai decorrer entre 10 e 19 de agosto e a campanha eleitoral entre 21 de novembro e 05 de dezembro.
As próximas eleições venezuelanas poderão representar, segundo a imprensa local e diversos analistas, uma mudança, em que o líder opositor Juan Guaidó poderá deixar de ser presidente do parlamento.
A convocatória tem lugar depois de a oposição anunciar que apelará à abstenção e de 11 partidos opositores emitirem um comunicado pedindo condições básicas para eleições livres, justas e verificáveis.
O CNE aumentou, na terça-feira, o número de deputados que podem ser eleitos, de 167 para 277.
Em 12 de junho, o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela (STJ) nomeou novas autoridades do CNE, uma semana depois de retirar os poderes do parlamento para as eleger e depois de anunciar que assumiria o processo.
Em 16 de junho, o STJ suspendeu a direção de dois partidos da oposição venezuelana, Primeiro Justiça (PJ) e Ação Democrática (AD), ordenando que sejam reestruturados.
O STJ nomeou um conselho de administração para ambos os partidos e suspendeu a expulsão dos seus militantes.
A decisão foi classificada pelos opositores de Maduro como uma manobra de preparação “para uma nova farsa eleitoral”, em que o regime decidirá quem preside os partidos nas próximas eleições.
A Venezuela tem, desde janeiro, dois parlamentos (Assembleia Nacional) parcialmente reconhecidos, um de maioria opositora, liderado por Juan Guaidó, e um pró-regime, liderado por Luís Parra, que foi expulso do partido opositor Primeiro Justiça, mas que continua a dizer que é da oposição.
Nicolás Maduro, expulsou na segunda-feira, a embaixadora da União Europeia, a portuguesa Isabel Brilhante Pedrosa, horas depois de Bruxelas sancionar mais 11 funcionários de Caracas acusados de “atuarem contra o funcionamento democrático” do parlamento e de “violarem a imunidade parlamentar” dos deputados, inclusive do líder opositor e presidente daquele órgão, Juan Guaidó.
A crise política, económica e social na Venezuela agravou-se desde janeiro de 2019, quando Juan Guaidó jurou publicamente assumir as funções de presidente interino do país, até afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um Governo de transição e eleições livres.