“Já há vários meses que, sistematicamente, o número de dias entre a data de início dos sintomas e do diagnóstico é da ordem dos três dias, o que é muito bom”, disse Graça Freitas durante a conferência de imprensa regular sobre a pandemia de Covid-19 em Portugal.
No entender da diretora-geral, este é um número positivo que significa que “as pessoas não andam durante um longo período a infetar outras.
Sobre a transmissão do novo coronavírus em Portugal, Graça Freitas referiu que os contágios continuam a acontecer, sobretudo, em contexto familiar e familiar, recusando qualquer relação entre o aumento de novos casos registado nos últimos dias e o início do ano letivo nas escolas há cerca de um mês e no ensino superior há duas semanas.
Referindo-se apenas ao normal funcionamento das instituições, e não a surtos pontuais entre alunos do programa Erasmus, a diretora-geral sublinhou que não há qualquer evidência que aponte para um contributo da reabertura das escolas e o aumento de infetados.
Na última semana, Portugal ultrapassou os dois mil novos casos em três dias consecutivos, com um novo recorde de 2.608 novas infeções registadas em 24 horas.
De acordo com a diretora-geral da Saúde, registou-se um aumento da proporção de novos casos em pessoas entre os 50 e 69 anos, mas a maioria dos casos continua a registar-se em faixas etárias mais jovens.
“Isto faz todo o sentido, porque há uma grande transmissão do vírus e que pode levar ao aumento dos casos em todas as faixas etárias”, explicou.
Apesar do agravamento da situação epidemiológica, o secretário de Estado e Adjunto da Saúde considera que Portugal não está numa fase que implique o regresso ao estado de emergência, que colocou grande parte do país em confinamento em março, no início da pandemia.
“O estado de emergência aplica-se quando há ameaça de maior gravidade. Não é nessa fase que estamos”, referiu António Lacerda Sales, afirmando que a avaliação da situação epidemiológica deve ser “muito gradual e muito progressiva”.