"Nos setores da limpeza e da hotelaria estão a ser multiplicadas as abusivas orientações por parte do patronato e de grupos económicos para que os trabalhadores sejam imediatamente obrigados a férias", refere o partido, em comunicado de imprensa.
Os comunistas indicam que vão remeter um apelo ao representante da República para a Madeira e ao Governo Regional, através do seu deputado na Assembleia Legislativa, para que se proceda a uma "mobilização de meios públicos de ação urgente e imediata" face ao "problema humano e social" que está a ser criado na Região Autónoma da Madeira.
A posição do PCP surge numa altura em que as autoridades regionais estimam que na próxima semana não se encontrem turistas no arquipélago e os hotéis estejam praticamente todos encerrados, na sequência das medidas de contenção da pandemia de covid-19.
Os comunistas classificam também como "manifestações de violência contra os trabalhadores" as práticas de suspensão unilateral de atividade por parte de empresas, vincando que diversos grupos hoteleiros estão a "forçar processos de recurso arbitrário ao ‘lay-off’".
"O que na verdade está a acontecer é uma violência brutal sobre os trabalhadores desta região autónoma para que fiquem completamente descalços quanto a direitos no trabalho e no direito ao trabalho", sublinha o PCP, acusando o patronado a recorrer também à "coação psicológica".
Os comunistas madeirenses afirmam que esta "escalada contra os direitos dos trabalhadores" não tem paralelo na história da autonomia.
"Nunca como agora se verificou tão violenta ação para roubar direitos fundamentais de quem trabalha", lê-se no comunicado, no qual é referido também o caso de uma dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) que terá sido vítima de agressão física no local de trabalho por apontar falhas na atribuição de meios de proteção e de higiene pessoal.