"Será este caminho por nos já feito mesmo um milagre, como tantos, de fora, dizem?", questionou Marcelo Rebelo de Sousa, numa comunicação ao país, a partir do Palácio de Belém, em Lisboa, a propósito da segunda prorrogação do estado de emergência em Portugal.
Segundo o chefe de Estado, "é bom que eles pensem que sim", mas "não, não é um milagre, é fruto de muito sacrifício".
"É fruto de, nestas fases cruciais, quem tem responsabilidades políticas ter ouvido os especialistas, ter agido em unidade e ter feito deste combate o combate da sua vida, e, desde logo, o primeiro-ministro e, com ele, o Governo, como é justo reconhecer", elogiou.
Marcelo Rebelo de Sousa estendeu depois o seu elogio a outros responsáveis políticos, "o presidente da Assembleia da República, a Assembleia, toda ela, os líderes partidários, os líderes sociais, os partidos políticos" em geral, e também aos "parceiros económicos e sociais".
O Presidente da República relativizou os votos contra a esta segunda prorrogação do estado de emergência de PCP, Iniciativa Liberal e da deputada não inscrita Joacine Katar Moreira, na votação hoje realizada no parlamento.
"Mesmo os que hoje divergem, no primeiro e decisivo momento não se opuseram. É isso que ficará para a História", sustentou.
Em seguida, Marcelo Rebelo de Sousa enalteceu os cidadãos que se têm dedicado "a salvar vidas ou a ajudar os que as salvam e a garantir o básico" necessário para o dia a dia, e a população no seu todo por ter "entendido o desafio e agido mais cedo".
O Presidente da República considerou que os portugueses reagiram à pandemia de Covid-19 "solidários e mobilizados, com disciplina, com zelo, com determinação, com coragem", suportando "tamanhas privações neste caminho a que tantos estrangeiros chamam o milagre português".
"Se isto é um milagre, como os outros lá fora dizem, então nós, povo português, somos um milagre vivo há quase nove séculos. Se isto é um milagre, o milagre chama-se Portugal", concluiu.