“Ainda bem, fico muito satisfeito”, afirmou Miguel Albuquerque na abertura do programa da Festa da Flor e do Vinho, que decorre a partir de hoje e até dia 27 de setembro.
O governante estava a falar aos jornalistas dos problemas que a exclusão de Portugal dos corredores seguros do Reino Unido representariam para o setor turístico da Madeira, que tem uma situação epidemiológica diferente da registada a nível nacional, quando foi surpreendido pela notícia da decisão do Governo britânico de manter o país na lista de países seguros.
O Governo britânico manteve Portugal na lista de países seguros, pelo que os passageiros provenientes do país continuam isentos de cumprir uma quarentena de duas semanas ao chegar ao Reino Unido, foi hoje anunciado.
Porém, o ministro dos Transportes, Grant Shapps, alertou para o risco de a decisão poder ser revertida de forma súbita.
“Continuamos a manter a lista de corredores de viagem sob constante reavaliação e não hesitaremos em remover países se necessário. No entanto, não há adições ou remoções hoje”, anunciou, através da rede social Twitter.
“Se vai manter é uma boa notícia, é positivo, porque vai trazer mais gente para esta Festa da Flor, pode haver um acréscimo de marcações e vai haver, com certeza, para o mês de setembro”, vincou o chefe do executivo madeirense.
Miguel Albuquerque realçou que o mercado inglês é um dos mais importantes emissores do turismo da Madeira.
O responsável referiu que, em junho, desembarcaram 4.100 passageiros nos aeroportos da Madeira, um número que subiu para 33 mil em julho, sendo na ordem dos 64 mil em agosto.
“Na última semana houve um acréscimo de 40% devido à abertura do corredor do Reino Unido”, salientou, argumentando que poderia ocorrer um retrocesso nesta evolução se Portugal fosse excluído da lista dos países seguros.
Albuquerque ainda apontou que “68% dos hotéis da Madeira estão abertos, com uma taxa de ocupação de 30%”, complementando que a região “ainda temos um logo caminho de recuperação a percorrer”.
O governante insular salientou que era importante realizar na mesma” esta festa da Flor e do Vinho, para os residentes”, mencionando que estão na região alguns turistas, nomeadamente do mercado alemão “que tem recuperado bem, evidenciando uma recuperação significativa”.
Falando sobre a Festa da Flor e do Vinho, dois dos mais importantes cartazes turísticos da Madeira, que este ano acontecem pela primeira vez em simultâneo, Miguel Albuquerque considerou que vão decorrer num “modelo covid” para assegurar que sejam cumpridas as regras devido à pandemia, entre as quais a do distanciamento social.
A Festa da Flor está subordinada ao tema “Madeira, universo de flores”, sendo um evento que acontece normalmente em maio e teve de ser adiada para setembro devido à pandemia.
Entre as novidades do programa está o cancelamento do tradicional cortejo que foi substituído por 50 atuações dos nove grupos participantes, além da exclusão das escolas da construção do habitual ‘muro da esperança”, sendo as crianças aconselhadas a irem acompanhadas pelos pais, assim como os turistas, para fazerem individualmente a colocação da sua flor na estrutura.
Estes programas representam um investimento do governo madeirense na ordem dos 790 mil euros, contando com a colaboração de 2.100 pessoas na sua organização.
Obedecendo a um plano de contingência elaborado em conjunto com a autoridade regional de saúde, as atuações previstas têm uma capacidade estabelecida para apenas 8.500 pessoas.
O programa inclui ainda um mercado de flores e sabores regionais, uma exposição do bordado, de flores, um espaço dedicado ao vinho, tapetes florais a ornamentar diferentes espaços do Funchal e muita animação musical.
C/Lusa