"Estes resultados são ainda insuficientes, face à capacidade instalada na região, mas continuamos a trabalhar no reforço da nossa situação", disse o presidente da APM, Nuno Vale, em audição no parlamento regional, vincando que a "velocidade" e a "consistência" da retoma dependem da confiança dos consumidores e da evolução Covid-19.
Nuno Vale referiu que, até agosto, a quebra nos hóspedes e nas dormidas apresentou uma "performance melhor que a média nacional" em cerca de três pontos percentuais – 370 mil hóspedes e 1,8 milhões de dormidas na região.
"As dormidas de portugueses foram as que registaram menores quebras, com total de 127 mil dormidas", explicou, falando perante os deputados da Comissão de Economia, Finanças e Turismo, na sequência de um requerimento apresentado pelo PSD, o partido da maioria.
Os social-democratas pretendiam esclarecer questões sobre a estratégia da Madeira para a promoção do turismo, tendo em conta os condicionalismos impostos pela pandemia de Covid-19.
O presidente da APM disse que, em setembro, se verificou uma retoma de 71% das companhias aéreas e de 61% das rotas, estando previsto para novembro um total de 450 frequências semanais.
"A incerteza é generalizada e não diminuiu em nada", alertou, reforçando: "As reservas são de muito curto prazo, levando à incapacidade de todos os agentes do setor em fazer previsões fiáveis relativamente ao futuro próximo. O longo prazo é o próximo mês e a estratégia deu lugar à tática".
O responsável sublinhou, no entanto, que a Madeira garantiu uma imagem internacional de "destino seguro", através de projetos como a operação de rastreio de viajantes nos portos e aeroportos, em vigor desde 01 de julho, e a certificação internacional de riscos biológicos.
Em resposta a questões levantadas pelo PS, o maior partido da oposição, Nuno Vale explicou que, das 500 entidades que solicitaram a certificação, apenas seis a obtiveram, já que as restantes necessitam ainda de tempo para adaptarem as exigências requeridas.
Nuno Vale salientou que se trata de uma certificação para riscos biológicos e não apenas para a Covid-19, pelo que não se tornará obsoleta, mesma que a pandemia seja travada.
"O contexto internacional continua muito incerto e, apesar de operadores turísticos e companhias aéreas terem apostado no destino Madeira, a velocidade e consistência da retoma depende muito da confiança para viajar dos consumidores e esta está muito dependente da evolução da pandemia", reforçou.
A Associação de Promoção da Madeira dispõe de um orçamento de 13,5 milhões de euros para 2020, suportado em 80% pelo Governo Regional, de coligação PSD/CDS-PP, que aprovou um reforço de 3,5 milhões de euros para fazer face à pandemia, verba que está a ser usada sobretudo na operação de receção aos turistas nos aeroportos.