“Não é nossa ideia fechar a Madeira ao exterior porque a economia depende dessa abertura”, declarou o chefe do executivo madeirense de coligação PSD/CDS no debate mensal que decorre na Assembleia Legislativa.
Este debate mensal com o Governo da Madeira, que contou com a presença do presidente, vice-presidente e secretários regionais da Saúde, Economia, Educação e Inclusão e Assuntos Sociais, foi subordinado à situação epidemiológica nesta região autónoma.
Miguel Albuquerque salientou que “a testagem nos aeroportos tem-se revelado eficaz”.
O governante rejeitou as críticas da oposição, nomeadamente da bancada do PS, sobre o aumento das listas de espera para cirurgias e outros atos médicos, vincado que “os serviços mantêm-se a funcionar em pleno” e que “foram feitos investimentos consistentes e atempados” para dar resposta à situação.
Entre outros, o presidente referiu o investimento de 3 ME numa unidade do hospital destinada à covid-19, “com estrutura para monitorização e acompanhamento de todas as alas demarcadas”.
O secretário da Saúde, Pedro Ramos, complementou que a Madeira apresentou o plano de contingência da covid-19 em 03 de fevereiro, realçando que no “período de emergência se registou uma redução na ida ao Serviço de Urgência” e “apenas tudo o que não era urgente foi adiado”.
Também o vice-presidente do Governo Regional, Pedro Calado, vincou que foram “tomadas medidas muito eficazes para proteger a economia da região”, destacando que foram “injetados 160 ME” no setor empresarial, 137 ME nas áreas sociais e 50 ME na Saúde, “tudo apenas à conta do Orçamento Regional”.
O vice-presidente acrescentou que o Governo da Madeira “está a reunir condições para ir mais longe”, anunciando que o Orçamento Regional para 2021 atribui uma verba de 70 ME apenas para situações relacionadas com a covid-19.
“A falta de solidariedade do Governo da República é gritante”, opinou, censurando a oposição na Madeira que “tenta denegrir todas as medidas Executivo Regional” de combate à pandemia, que se revelaram “certas”, dando como exemplo o uso obrigatório de máscaras.
Quanto ao secretário da Economia, o centrista Rui Barreto, indicou que foram apoiadas até ao momento “3.100 empresas, o que permitiu salvaguardar 26.000 postos de trabalho” no arquipélago.
“Podíamos ter feito mais se o Governo da República nos tivesse ajudado e tivesse dado aval para o empréstimo 458 ME” que a Madeira contraiu junto da banca para fazer face aos prejuízos da pandemia.
A secretária da Inclusão e Cidadania, Augusta Aguiar, argumentou que a tendência do aumento do desemprego é geral no atual contexto, informando que foram afetos “34 milhões de euros em medidas para ajudar 14 mil trabalhadores” e os fundos de emergência permitiram apoiar 9.000 pessoas na região.
O secretário da Educação madeirense realçou que a “preparação do presente ano letivo foi exigente”, o que permitiu o ensino presencial no arquipélago e que as “todas escolas estejam em pleno funcionamento”.
“As pequenas situações de casos de covid-19 que surgiram [em oito estabelecimentos escolares] foram facilmente identificáveis e controladas devido aos planos de contingência eficazes e eficientes que impediram a propagação, pelo que fazemos um balanço positivo”, declarou Jorge Carvalho.
De acordo com os últimos dados divulgados quarta-feira pelo Instituto da Administração de Saúde da Madeira (IASAÚDE) a região registou dez novos casos de covid-19, 30 situações suspeitas e um total de 202 infeções ativas.
Na Madeira ocorreu até ao momento um óbito devido à covid-19, uma idosa de 97 anos.