As novas infeções, mais 915 que nas 24 horas anteriores, surgem também num momento em que o país regista um recorde diário de testes de despistagem realizados, com 165.837, refere o departamento governamental, citado pela agência noticiosa Efe.
No total, desde o início da pandemia em Itália, a 21 de fevereiro, as autoridades sanitárias italianas já detetaram 402.536 infetados com o novo coronavírus SARS-CoV-2, responsável pela covid-19.
Segundo os dados oficiais, Itália registou também mais 47 vítimas mortais (55 no dia anterior), o que eleva o total para 36.474 óbitos.
O número de pacientes hospitalizados também aumentou, depois de, nas últimas 24 horas, terem sido internadas mais 506, totalizando 7.322, dos quais 705 se encontram em unidades de cuidados intensivos, mais 67 do que na véspera.
As regiões com o maior aumento de contágios foram a Lombardia (norte), epicentro da pandemia desde o primeiro momento, com um total de 2.664 novos casos, e Campânia (sul), com Nápoles, a capital, a registar 1.410.
O Governo italiano está a considerar a adoção de novas medidas para conter o avanço da pandemia, embora exclua um confinamento geral semelhante ao realizado na primavera.
O executivo italiano deverá reunir-se ainda hoje para preparar um novo decreto com medidas urgentes para conter a pandemia, refere a comunicação social local, também citada pela Efe.
Depois de decretar limitações aos horários de restaurantes, bares e outros estabelecimentos, obrigados a encerrar à meia-noite, e as proibições de festas privadas e a prática de desportos amadores, o executivo prepara um texto que deve ser publicado ainda antes de segunda-feira.
Entre as medidas a decretar, espera-se um reforço da promoção do trabalho remoto, uma forma de evitar a saturação dos transportes públicos, que se configura como uma das maiores preocupações para as autoridades italianas.
De acordo com fontes do executivo, o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, deverá realizar uma conferência de imprensa no domingo para anunciar e explicar estas medidas, refere a Efe.
O chefe do Governo afastou a ideia de um novo confinamento, argumentando que as autoridades estão agora dotadas de meios para o combate à pandemia.
“A primeira vaga, obviamente, apanhou-nos sem quaisquer meios porque nem sequer conhecíamos as características do inimigo”, disse Conte num evento em Génova, no norte de Itália, apontando que então o país não tinha máscaras, ventiladores ou material de testagem.
Apesar do reforço da capacidade de Itália para enfrentar a covid-19, o primeiro-ministro apelou à colaboração dos cidadãos: “Temos de nos proteger”, assinalou.
Ainda que o país registe o maior número de casos diários, o comissário de emergência, Domenico Arcuri, garantiu que Itália “não se encontra numa fase dramática”.
“Estamos perante uma segunda vaga com características muito diferentes das da primeira. Portanto, não há alarmismo, mas é necessário que todos nos ajudem, porque quanto mais responsáveis forem os italianos, menos medidas drásticas teremos de tomar”, vincou o responsável.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais 39,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
C/Lusa