“Esta pandemia, às vezes, parece-me surreal. Quase um filme. Em relação a Itália, fiquei e fico muito preocupado. O impacto foi devastante. Foram bloqueados todos os setores e não vai ser fácil sair dessa situação, mas tenho a certeza que o nosso povo, que é muito forte, se vai juntar e vamos conseguir”, comentou, em entrevista à MarítimoTV.
O jogador, natural de Milão, revelou que, apesar de não ter nenhum caso positivo na sua família, apanha um “susto” cada vez que recebe uma chamada e abordou como lhe tem sido contada a situação em Itália, onde, na última atualização, se registavam 27.359 mortos, em mais de 201 mil casos.
“Falo com eles todos os dias e dizem-me que a situação é muito pesada. Estão fechados em casa há quase dois meses e ninguém sabe dizer quando é que isto vai acabar. Parece que agora as coisas estão ligeiramente a melhorar, mas ainda estamos muito longe da nossa ideia de normalidade”, revelou o guardião, que fez formação no Inter de Milão, Parma e Juventus.
Anacoura reconhece que a saúde é o “maior valor”, mas também abordou a ansiedade de estar um mês e meio afastado dos relvados.
“Sinto muitas saudades de voltar a calçar as luvas e as botas, mas também dos colegas, do balneário e de todo o ambiente. Acho que, para cada jogador, o futebol representa a parte mais importante da vida e, quando não temos a possibilidade de treinar e jogar, cada um se sente um pouco mais vazio e, por isso, não vejo a hora de voltar a fazer o que mais gosto”, enalteceu.
Após ter chegado ao Marítimo do Cova da Piedade no verão de 2019, o guardião, de 25 anos, tem estado ao serviço da equipa ‘verde rubra’ de sub-23, com 15 jogos realizados, e faz um balanço positivo de uma época “estranha”, deixando o desejo de “crescer” e dar um “maior contributo” ao clube.
Em relação ao futuro, Anacoura deixou uma mensagem de esperança: “Tenho a certeza que tudo vai correr bem. Vamos voltar à nossa vida e à nossa normalidade. A bola vai voltar a rolar, mas, sobretudo, vamos voltar a abraçar a nossa família e os nossos amigos”.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de Covid-19 já provocou cerca de 212 mil mortos e infetou mais de três milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Mais de 832 mil doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 948 pessoas das 24.322 confirmadas como infetadas, e há 1.389 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
C/Lusa