Na conferência de imprensa diária de atualização dos dados referentes à Covid-19, Graça Freitas foi questionada sobre o regresso na quarta-feira do campeonato de futebol sem adeptos nas bancadas e apelou para a responsabilidade individual.
“O grande apelo é ver os jogos sim, ficar contente com os resultados da equipa sim, mas respeitando as regras, quer nas imediações dos estádios, quer em cafés ou em sociedades recreativas ou onde se possa ver os jogos”, disse a Diretora-Geral da Saúde (DGS).
Graça Freitas recordou que não devem existir ajuntamentos nas imediações dos estádios, e o mesmo acontece com sítios onde seja comum que se juntem pessoas a assistir aos jogos de futebol, como é o caso dos cafés.
“O vírus está a circular e ele não desapareceu. Se lhe dermos condições para que ele continue a passar de uma pessoa para a outra ele vai fazer o seu percurso, isso não esconde o facto se é uma pessoa urbana ou rural, se é rica ou é pobre, basta que nos juntemos, que haja grandes aglomerados de pessoas e ele encontra forma de passar por uma pessoa para a outra”, precisou.
Graça Freitas considerou “muito importante” e que “foi uma luta e uma conquista começar o campeonato de futebol”, ressalvando que é necessário garantir que “a época acaba em segurança” e que “nem adeptos, nem jogadores nem equipas técnicas se infetam por causa dos jogos de futebol”.
“Apelo aos adeptos para que assistam aos jogos e comemorem, mas de acordo com as regras que estão legalmente nas orientações das autoridades de saúde”, insistiu.
Questionada sobre a possibilidade de os jogos de futebol voltarem a ter adeptos nas bancadas, Graça Freitas não excluiu essa hipótese, afirmando que terá de ser avaliada a cada momento.
“Não lhe sei responder se os estádios vão ter ou não pessoas, porque isso vai depender muito de uma avaliação rigorosa e de medir os pró e os contra”, disse, frisando que a prática da DGS tem sido, nos últimos meses, de se adaptar ao risco que existe e também àquilo que se imagina que serão os dias seguintes.
A DGS disse ainda que a lotação nos estádios não tem a ver com o número de pessoas, mas sim com outros fenómenos, nomeadamente com as comemorações dos golos e das entradas e saídas de adeptos.
“É uma situação complexa e muitas outras ligas em outros países optaram pela mesma solução que Portugal tem”, precisou.