Esta posição foi transmitida por António Costa no final da reunião do gabinete de crise sobre a evolução da Covid-19, em Portugal, em São Bento, que durou cerca de duas horas.
"A manter-se esta tendência, chegaremos aos mil novos casos por dia. Temos de travar esta tendência. Não podemos parar o país", declarou o Primeiro-Ministro na conferência de imprensa.
Na sua declaração inicial, o líder executivo considerou que o país "está a sofrer um forte crescimento de novos casos diariamente" – uma trajetória que começou a registar-se em meados de agosto.
Por isso, de acordo com António Costa, "não se pode deixar que a pandemia continue a crescer".
"Agora, não vamos poder voltar a parar o país, como aconteceu em março. Agora, o controlo da pandemia depende da responsabilidade pessoal de cada um de nós. Não podemos voltar a privar as crianças do acesso à escola, não podemos voltar a proibir as famílias de visitarem os seus entes queridos nos lares, não podemos separar as famílias no Natal como fizemos na Páscoa. Temos mesmo de travar a pandemia por nós próprios através da nossa responsabilidade pessoal", frisou.
Já no período de perguntas dos jornalistas, o Primeiro-Ministro desdramatizou a atual situação do Serviço Nacional de Saúde (SNS), designadamente em termos de capacidade de resposta a doentes com Covid-19.
"Felizmente, a pressão sobre o SNS mantém-se limitada. Aliás, os números de hoje revelam uma diminuição de internados, quer em cuidados intensivos, quer em internamentos gerais. Felizmente, não estamos numa situação em que não haja controlo no SNS. Mas os períodos de incubação são longos", ressalvou.
Do gabinete de crise para o acompanhamento da evolução da Covid-19, que se tinha reunido pela última vez em 29 de junho, fazem parte membros do Governo como os ministros de Estado da Economia, dos Negócios Estrangeiros – Augusto Santos Silva não esteve hoje presente e fez-se representar pelo secretário de Estado Eurico Brilhante Dias – da Presidência e das Finanças, bem como os titulares das pastas da Defesa Nacional, da Administração Interna, do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, da Educação, da Saúde e das Infraestruturas e da Habitação.